De esfaqueamento a ameaça de massacre: Onda de violência em escolas também registra casos em MS
Esse é o segundo caso de briga registrado em escola de MS nesta semana
Fábio Oruê –
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Após o caso de uma professora morta por um aluno em São Paulo, Mato Grosso do Sul e o restante do país vivem uma onde de violência que vai desde brigas entre alunos até ameaças e esfaqueamentos.
Na sexta-feira (31), duas alunas brigaram na Escola Estadual Ada Teixeira, no centro de Campo Grande. Conforme mãe de um aluno, que preferiu não ser identificada, o motivo da briga seria uma bola que atingiu uma estudante.
“Um menino disse que teria sido ele, pediu desculpas e a garota aceitou e ficou de boa, mas aí a garota soube que não foi ele; foi uma menina. Ela cresceu em cima da menina e começou a agredi-la do nada”, relatou ao Jornal Midiamax.
Ainda conforme a mãe, que relatou de acordo com o que ouviu do filho, funcionários da escola presenciaram a briga, que aconteceu na quadra da escola, mas não apartaram as alunas.
Estudantes gravaram o momento da briga:
Em nota, a SED (Secretaria de Estado de Educação) disse que a situação “foi contida com uma intervenção dos servidores da escola e as envolvidas foram encaminhadas à direção”. As famílias foram avisadas para registro em Ata.
“Para coibir casos como este, a Coordenadoria de Psicologia Educacional da SED atua com ações preventivas junto às escolas, com palestras e orientações sobre a detecção de situações de vulnerabilidade envolvendo estudantes e profissionais da Rede Estadual de Ensino. Além disso, são disponibilizados materiais para as escolas com guias voltados para diferentes contextos, que abordam o comportamento autolesivo, bullying, reiteradas faltas, entre outros”, diz o texto enviado ao Jornal Midiamax.
No segundo caso do dia, também na sexta, imagens mostram mais uma briga entre adolescentes nas saída de escola estadual, em Campo Grande. Neste caso, são duas jovens, que brigaram na saída da escola, no Jardim Morenão.
As adolescentes começam a brigar e são separadas por outros jovens e por uma mulher que passa pelo local.
Onda de violência
Esse é o segundo caso, em menos de uma semana. Na Escola Estadual Dr. João Leite de Barros, em Corumbá, uma aluna de 15 anos esfaqueou outra durante uma briga na saída da aula, na quarta-feira (29).
A faca estava escondida na calça da autora, na cintura, e foi usada durante discussão com a colega de escola, de 16 anos. Segundo o Corpo de Bombeiros, o ferimento na vítima foi no braço e é superficial, sem risco.
Em Jardim, no dia 23, aluno de 10 anos foi atingido por um golpe de tesoura dada por um colega de sala na Escola Estadual Coronel Pedro José Rufino. O estudante foi golpeado na coxa, mas sem gravidade.
De acordo com a SED (Secretaria de Estado de Educação), o ocorrido teria sido durante uma “brincadeira” que resultou em uma lesão causada com tesoura de ponta fina. Os dois estudam no sexto ano do Ensino Fundamental.
A direção nos informou que, neste caso, não houve briga ou conflito entre os estudantes e que inclusive ambos se desculparam posteriormente, após o ocorrido.
Ameaça de massacre e arma dentro da escola
Equipes do Batalhão de Choque e da Polícia Militar da área foram acionados para reforço na Escola Estadual Dr. Arthur de Vasconcellos Dias, no Bairro Estrela do Sul, no dia 28, após ameaça de que ocorreria um massacre na unidade escolar.
Pai de um aluno contou que foi encontrada na porta do banheiro uma pichação, onde relatava que um massacre aconteceria na terça-feira (28). Com isso, policiais do Choque foram acionados para acompanhar a entrada dos alunos na unidade escolar.
No dia 23, um aluno causou pânico na Escola Estadual Teotônio Vilela, ao ameaçar funcionários e colegas com um simulacro de arma de fogo. O jovem de 15 anos foi imobilizado pelo diretor.
Botão de Pânico
Tramita na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) o projeto de lei, que visa à instalação do botão de pânico nos estabelecimentos públicos de ensino do Estado. A proposta surge após ameaça de massacre em escola estadual.
O texto busca implementar o botão em local estratégico dos estabelecimentos de ensino, de fácil acesso e identificação, e deverá ser devidamente sinalizado.
Tanto funcionários, professores ou alunos em situações de perigo iminente poderão acionar o botão. O projeto considera situação de perigo: invasões, ameaças de atentados, atos de violência ou outras situações que coloquem em risco a segurança dos alunos e funcionários.
Já na tarde de segunda-feira (3), a Câmara vai promover uma audiência pública sobre insegurança nas escolas da Capital. O encontro está marcado para acontecer a partir das 14h no plenário da Casa de Leis.
Segundo o presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal, o professor Juari (PSDB), a intenção é levar segurança e conscientização aos alunos e seus familiares.
“O Poder Público precisa se interessar pelo assunto. Existe um abalo muito grande nas famílias, como o desemprego, problemas familiares e agressões. Uma criança que vive no meio da violência vai replicar a vivência nas escolas. A gente precisa fazer uma conscientização e despertar o poder público para cuidar das escolas”.
Brasil e Mundo
Casos de violência em escolas não estão sendo exclusividade de MS, já que casos no Brasil todo estão pipocando diariamente. Na terça-feira (28), um aluno de 15 anos da Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, tentou agredir com golpes de faca outros estudantes dentro da unidade de ensino.
Um adolescente foi esfaqueado na quinta-feira (30) na Escola Estadual Palmira Gabriel, em Belém, no Pará, por um colega de sala. A vítima é um aluno do 1º ano do ensino médio.
Em Alagoas, alunos da Escola Estadual Doutora Eunice de Lemos Campos, no Benedito Bentes, estavam sendo ameaçados de morte. Em Niterói, no Rio de Janeiro, um aluno do Colégio Estadual Raul Vidal foi parar na delegacia após iniciar um tumulto na entrada da unidade, na manhã desta sexta-feira (31).
Em Itapecerica da Serra (SP), uma mãe relatou que o filho foi ameaçado por outro estudante em uma escola. O adolescente teria feito promessas de um ataque similar ao da Vila Sônia (SP). Na mesma cidade, policiais militares foram informados de que um aluno estava próximo da escola com uma arma. Ele foi encontrado com amigos, confirmou que a arma estava com ele e, em seguida, exibiu um simulacro.
Em Santo André (SP), um aluno ameaçou a professora durante a aula dizendo que os professores deveriam ser esfaqueados, como o caso da professora da escola da Vila Sônia, e que ele faria o mesmo, no dia seguinte.
Na mesma cidade, o coordenador de uma escola não autorizou a entrada de um estudante pela suspeita de ele estar armado. Dias antes, o aluno havia brigado com outro colega e dito que iria matá-lo. Foi constatado que a arma se tratava de um simulacro.
Também em Santo André, uma criança de 11 anos foi encontrada portando um simulacro de arma de fogo no interior da escola.
Em São Bernardo do Campo (SP), policiais militares foram informados pela vice-diretora da escola que havia um aluno portando pequeno punhal em sala de aula. Ele foi abordado e disse ter levado o artefato para mostrar aos colegas, sem ter ameaçado ninguém, mas relatou que vinha sofrendo ofensas homofóbicas e que tinha adquirido o punhal para se sentir mais seguro.
Um adolescente de 15 anos foi apreendido após esfaquear um colega de 13 anos, na quarta-feira, dentro da Escola Estadual Celso Mariz, no município de Sousa, no Sertão da Paraíba. Segundo a Polícia Militar, a vítima foi atingida no ombro esquerdo.
Três crianças e três adultos foram mortos a tiros por uma mulher fortemente armada dentro de uma escola privada presbiteriana em Nashville, capital do Tennessee, informou o hospital do Centro Médico da Universidade Vanderbilt.
De acordo com a polícia americana, a atiradora, que tinha 28 anos, estudou na escola quando criança. As três crianças assassinadas tinham 9 anos. Entre os adultos mortos, dois tinham 61 anos e o terceiro, 60. Outras cinco pessoas ficaram feridas: três crianças e dois adultos.
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