Com suspeição, Justiça suspende ações contra advogados ligados ao PCC presos em operação
Na última fase da operação, um defensor público acabou preso
Thatiana Melo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A Justiça suspendeu todas as ações relativas aos advogados ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), presos durante a deflagração da Operação Courrier, que aconteceu em março de 2022. Na última fase da operação, o defensor público ligado ao advogado Bruno Ghizzi, foi afastado e depois preso em cumprimento de mandados em Campo Grande.
A suspensão de todas as ações penais relativas à Operação Courrier foi publicada em Diário Oficial desta terça-feira (4), pela 6ª Vara Criminal de Competência Residual, até que a exceção de suspeição do magistrado Márcio Alexandre Wust.
O magistrado foi denunciado pelo Gaeco após flagra de diálogo em fevereiro deste ano.
Courrier e filho de defensor público
Peça-chave das investigações da Força-Tarefa da Polícia Civil e do Gaeco sobre a Sintonia dos Gravatas do PCC, Bruno Ghizzi tinha fontes para conseguir dados sigilosos. O advogado é filho do defensor público afastado de suas funções e depois preso, na última fase da operação.
Com servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e até funcionária de empresa de telefonia, ele obtinha informações privilegiadas que beneficiavam as ações em que atuava. Assessor jurídico na Defensoria em MS, citado em relatório do Gaeco, opinava a respeito de valores cobrados pelo escritório do advogado, para prestação de serviços, e inclusive elaborava documentos e procurações.
Ele também fazia consultas a cadastros públicos, como o CADSUS, sistema interno do local onde trabalha.
O servidor não era concursado e, segundo a Defensoria Pública de MS informou à reportagem, foi desligado logo após a Operação Courrier. A exoneração foi publicada oficialmente no dia 30 de março.
Conforme o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Bruno também conseguia informações sigilosas de empresas de telefonia celular através de uma funcionária do setor administrativo, que conforme consultado em página pessoal, atua há mais de 10 anos no mesmo local.
Através dela, o filho do defensor público de MS conseguia números de telefone e cadastros de pessoas físicas.
Outro servidor da Defensoria Pública de MS apontado no relatório do Gaeco fazia consultas ao banco de dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para o investigado.
É esclarecido que o advogado, com “auxílio de terceiros, sistematicamente violaria o sigilo de dados de pessoas diversas, no Estado de Mato Grosso do Sul, para atender interesses pessoais”.
O Midiamax também já noticiou que um policial penal auxiliava Bruno Ghizzi. Em uma das ações, o servidor público teria agido a favor do advogado e do cliente, que estava preso.
O policial penal teria articulado, em exame criminológico — de progressão de regime — a obtenção de um parecer favorável para livramento condicional do preso. Assim que conseguiu sair, o preso foi jantar e tomar um chopp com o policial penal e o advogado.
Notícias mais lidas agora
- Travesti que teve 90% do corpo incendiado pedia ajuda para salvar cachorro que sofreu queimaduras
- Paciente faz rinomodelação e denuncia dentista à polícia após sofrer infecção grave
- Dono de posto de gasolina é assassinado com cerca de 30 disparos na fronteira
- Malária é causa de uma morte por ano em Mato grosso do Sul desde 2022
Últimas Notícias
Defensores públicos escolhem novo representante-geral em eleição em fevereiro
As três pessoas mais votadas formam a lista tríplice e defensor será escolhido pelo governador de MS
Motorista passa mal, bate o carro e é socorrido por pedestre no centro de Campo Grande
O trânsito flui normalmente no local
Com 4.820 vagas em cursos superiores de MS, Sisu recebe inscrições até terça-feira
Vagas são para cursos de graduação do IFMS, UEMS, UFGD e UFMS
Vereadores de Paranaíba terão diárias de até R$ 1.772 em 2025
Reajuste em relação ao ano anterior é de 4,87%
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.