“Até hoje não superamos”, diz família de Douglas às vésperas de julgamento por morte em campinho

Douglas Júnior foi morto a tiros após desentendimento em campinho de futebol da Vila Almeida

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(Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal)

Familiares de Douglas Júnior Gomez Ojeda, morto a tiros no dia 25 de setembro de 2021, se preparam para assistir ao julgamento do acusado de matá-lo. A família lembra que Douglas estava indo buscar a esposa no dia do crime e pede por justiça durante o Tribunal do Júri, marcado para ocorrer na próxima terça-feira (18).

Em entrevista ao Jornal Midiamax, a tia de Douglas, Angélica Furtado Gomes da Mota, de 34 anos, diz que a família já confeccionou camisetas e planeja fazer faixas em homenagem ao jovem, para serem expostas antes do julgamento, marcado para iniciar às 8h, uma vez que no plenário é proibida qualquer manifestação.

A tia lembra que Douglas era o mais velho dos quatro irmãos, e que sua irmã – mãe de Douglas – precisou passar por tratamento psicológico desde a morte do filho. “O Douglas era quem sustentava a casa. Depois da perda nossa família se desestruturou. Minha irmã não tem mais força para nada. Até hoje não superamos”, lamenta.

Angélica lembra que a família era unida e que Douglas costumava frequentar a casa dela. Atualmente, ela e a irmã moram uma ao lado da outra. “Ele era um menino muito amoroso, carinhoso, recém tinha saído do quartel e estava trabalhando com carteira registrada em uma marcenaria”, relembra.

Segundo a tia, o autor seria conhecido no bairro por desentendimentos com os vizinhos. “Ele sempre caçou confusão com a vizinhança, as pessoas do bairro tinham muito medo dele. Por isso eu, minha irmã, meu cunhado, primos do Douglas e familiares fazemos questão de ir no julgamento”, afirma.

O julgamento foi marcado no dia 13 de março deste ano. A prisão preventiva do réu foi mantida e, por isso, ele segue preso em regime fechado.

Assassinato

Douglas foi assassinado a tiros na esquina da Rua Yokohama com a Avenida Américo Brasiliense, em Campo Grande. Moradores que ouviram os disparos chegaram a acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ele não resistiu e morreu ainda no local.

No dia seguinte ao crime, moradores da Vila Almeida relataram que confusões eram constantes na região, com tumultos, aglomerações, uso de drogas e consumo de bebidas alcoólicas.

“No fim de semana tem tumulto, bebedeira e usuários de droga. Todo fim de semana é isso, muitos jovens usando drogas, estava demorando para isso acontecer”, relatou um comerciante próximo ao local. O pai do autor do crime disse que, na hora do ocorrido, tentou segurar o filho, que acabou fugindo. Muito abalado, ele disse que o filho se envolveu com jogo, drogas e bebida. “Resultou nisso”, lamentou.

Conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Douglas e o autor estavam em um campinho de futebol quando a vítima teria sido questionada sobre o motivo de estar encarando. Após uma discussão, o autor teria questionado Douglas sobre barulhos de motocicleta em frente a sua residência.

Em seguida, o réu teria sacado a arma de fogo que estava em sua cintura e efetuado um disparo no pescoço da vítima, que caiu ao solo. Em seguida, Douglas foi atingido por mais um disparo e não resistiu. Após os disparos, o autor fugiu, foi até sua casa e pegou a motocicleta de seu pai.

Autor foi preso em Ladário

O autor foi preso na cidade de Ladário, a 427 quilômetros da Capital, no dia 20 de outubro de 2021, por policiais do Batalhão de Choque, ao correr de uma viatura que fazia rondas pelo Bairro Almirante Tamandaré.

Quando abordado, ele confessou que era foragido e tentou fugir. Em seguida, ele confessou que atirou contra Douglas e disse que tinham um desentendimento. A arma foi jogada em um matagal, segundo ele.

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