O assassinato de 7 pessoas em um bar de Sinop, no Mato Grosso, onde uma das vítima era ex-morador de MS, aconteceu após os suspeitos perderem algumas partidas do jogo de sinuca. A polícia acredita que o crime foi premeditado.

Além do ex-morador de MS, José Ramos Tenório, 48 anos, foram assassinados também Orisberto Pereira Sousa, 38 anos, Adriano Balbinote, 46, o dono do bar, Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos, e pai, Getúlio Rodrigues Frazão Junior, 36 anos, e a filha de 12 anos, além da última vítima que morreu no hospital.

Os dois autores, de 27 e 30 anos, estão sendo procurados pela polícia, um deles é empresário do ramo da construção civil. Os assassinos utilizaram uma pistola e uma espingarda para cometer o crime.

O delegado da Divisão de Homicídios e à Pessoa, Bráulio Junqueira, acredita que o crime tenha sido premeditado.

Conforme o relato de duas testemunhas, Getúlio foi com a família no bar por volta das 10h. Segundo a esposa dele, ele joga sinuca de forma ‘casada' com apostas e ele já tinha jogado com o autor de 30 anos, no dia anterior e apostaram. “Na parte da manhã, eles apostaram e fizeram várias partidas de sinuca, onde o Getúlio ganhou praticamente todas e ganhou R$ 4 mil do Edgar. Até aí tudo tranquilo, não houve estresse, nem discussão. O autor convidou o Getúlio para jogar em outro bar, mas ele não foi porque estava com a família e ali ficou”, detalhou o delegado em entrevista ao Só Notícias.

Uma das vítima já morou em MS (Foto: Anderson Hentgen)

Os autores foram embora, mas voltaram à tarde e desafiaram Getúlio. Assim, jogaram mais duas partidas e novamente a vítima ganhou. “Eu acredito que, de forma premeditada com segundas intenções, mas isso é na minha forma de pensar, jogaram duas, perderam, o autor, de 30 anos, se estressou, jogou o taco na mesa e, segundo a testemunha, deu um sinal para o comparsa”, explicou.

O comparsa sacou uma pistola e rendeu todo mundo colocando-os no canto, enquanto o autor foi até uma caminhonete e pegou a espingarda, conforme as imagens. O primeiro a morrer foi o dono do bar, depois Getúlio foi atingido nas costas e após cair recebeu mais dois disparos na cabeça. A criança tentou fugir, mas também foi atingida.

Ainda segundo o delegado, foi montada uma força-tarefa para procurar os bandidos. “Dividimos o serviço em duas partes, eu cuido da parte da formalização das provas. Fiquei durante a madrugada ouvindo as testemunhas, requisitando laudos e atendendo as testemunhas e familiares. A reuniu uma equipe grande, com policiais civis, pois tínhamos informações que eles poderiam estar escondidos em uma região de chácaras que fica a cerca de 60 quilômetros de Sinop. O pessoal foi até lá, mas não teve sucesso”.  

Foi feito também o pedido de preventiva dos acusados, que continuam, foragidos.

O autor, de 30 anos, que efetuou os disparos com a espingarda, tem passagem por lesão corporal no âmbito de violência doméstica. Já o comparsa tem por posse de arma, roubo, formação de quadrilha, ameaça e lesão corporal. Tem um mandado de prisão em aberto por motivo cível, provavelmente de pensão.