Adilson Ocampos de Matos, de 38 anos, preso por tentar matar a ex-companheira a facadas e atingir um dos filhos do casal, foi condenado por lesão corporal dolosa e vai responder em liberdade. A sentença foi proferida na tarde desta sexta-feira (15), pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Os jurados acolheram uma das teses da defesa e desclassificaram o crime de tentativa de homicídio. Ele foi condenado a três anos pelo crime de lesão corporal dolosa contra a ex-mulher e por um ano e quatro meses pelos crimes de lesão corporal contra os filhos. O regime, conforme determinação, será aberto.

O juiz também fixou indenização mínima a vítima, por dano moral, no valor de R$ 5 mil, a serem corrigidos desde a data do crime até a data da decisão, com juros de 1% ao mês. O magistrado também, determinou a expedição de alvará de soltura do réu.

O caso

O casal teve relacionamento por mais de 10 anos e dois filhos. O crime aconteceu no dia 22 de março de 2022, no Bairro Jardim Canguru em Campo Grande.

Ouvida como informante, durante julgamento, a vítima disse que ela e Adilson já estavam separados há três meses na época do crime e que constantemente era agredida verbal e fisicamente, com chutes, socos e até ‘capacetadas’, no entanto, por causa das crianças o acusado continuava indo à casa dela.

Ainda segundo a vítima, no dia das agressões, o acusado teria saído pra buscar outro filho dele, que seria de outro casamento, para almoçarem juntos e voltado em seguida.

“Quando eu vi, já tava com a faca na mão e meus filhos tentando me defender. Ele pegou no meu pescoço, levei facadas, principalmente nas mãos, na testa, perto do peito. Meu filho mais velho pegou um cabo de vassoura pra ajudar e levou uma facada também, enquanto outro filho meu, correu pra pedir socorro”, informou a vítima.

Adilson negou que tentou matar a ex-companheira. Na versão dele, eles sempre tiveram brigas, mas nunca agrediu a ex e nem os filhos. “Ela tá mentindo inventando as coisas. Nunca tive passagem por agressão, só por ter atrasado uma pensão alimentícia”, disse o acusado.

No dia dos fatos, ele disse que chegou à casa da ex-companheira, que ela é quem teria começado a xingá-lo porque teria visto mensagens no celular de Adilson, conversando com um amigo, sobre uma mulher que o acusado teria ficado e traído a ex.

“Aí ela partiu pra cima de mim, mas eu consegui tirar a faca da mão dela e fiquei até com cicatriz na mão. Mas em nenhum momento, tentei matar ela. Peguei a faca e fui embora pra casa”, falou o réu.

O julgamento foi realizado nesta manhã por Júri Popular e a sentença foi proferida nesta tarde.