Gerente de fazenda relata duas invasões e tiros disparados por indígenas em local de confronto
Policiais já teriam tentado evitar a retomada da propriedade
Renata Portela –
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Na manhã da quinta-feira (23), gerente administrativa da fazenda de Amambai, a 352 quilômetros de Campo Grande, retomada por indígenas procurou a delegacia para registrar boletim de ocorrência. O relato é de que uma primeira ocupação foi evitada pelos policiais militares, mas que depois os indígenas teriam retornado armados.
Conforme detalhado no registro, feito como crime de esbulho possessório, os indígenas teriam ocupado a propriedade, que atualmente está arrendada para plantio de lavoura. No entanto, policiais do Batalhão de Choque foram ao local e os indígenas acabaram saindo.
Os militares então também saíram da propriedade e os indígenas retornaram, já no início da manhã de quinta-feira. Ainda de acordo com a gerente, os indígenas estavam armados, teriam feito disparos dentro da fazenda e também ameaçado as pessoas no local.
O relato era de aproximadamente 30 indígenas no local. “Estão realizando vandalismo e dano no interior da fazenda”, diz o registro.
Confronto deixou 9 feridos
Conforme detalhado pelo Cimi (Conselho Indígena Missionário), o relato até o momento é de que os policiais dispararam tiros de borracha – elastômero – e seis indígenas ficaram feridos. Dois estariam a caminho da Santa Casa de Campo Grande.
O Choque e a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) confirmaram também que três policiais ficaram feridos, sem maior gravidade. Eles foram levados pelos colegas para unidade hospitalar em Amambai.
Nas redes sociais, circulam informações de dois mortos no confronto. No entanto, o fato não foi confirmado oficialmente nem pelo Cimi, nem pela Sejusp. Helicóptero da Casa Militar sobrevoa a região após o confronto.
Ainda de acordo com o Conselho, a reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas. “Para os Guarani Kaiowá, Guapoy é parte de um território tradicional que lhes foi roubado – quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai”, diz a nota.
O MPF (Ministério Público Federal) de Ponta Porã acompanha o caso e a Polícia Federal também já teria sido acionada para ir até a região.
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