Família de liderança indígena morta em possível emboscada espera liberação do corpo em MS

Vítima foi levada para o IML de Ponta Porã para autópsia

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Márcio era uma das lideranças da Aldeia Guapoy (Foto: Arquivo familiar)

Os familiares do indígena Márcio Moreira, 25 anos, morto nesta quinta-feira (14), em Amambai, cidade distante 352 quilômetros de Campo Grande, aguardam a liberação do corpo do IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Porã, para ode foi levado. O velório deve acontecer na residência da família, que fica na Aldeia Guapoy, onde também será sepultado.

“Ainda estamos todos sem saber o que realmente aconteceu com o Márcio. Ele era casado e também era uma das nossas lideranças da linha de frente de aldeia. Estamos no aguardo do corpo para fazermos o velório”, informou um membro da família de Márcio em conversa com a reportagem do Midiamax.

Lideranças indígenas da região ouvidas pela reportagem acreditam que Márcio foi vítima de uma emboscada e estava acompanhado de outros quatro indígenas. Ele era um dos líderes Tekoha Gwapo’y Mi Tujury, e estava no dia do confronto com a Polícia Militar que resultou na morte de Vítor Fernandes, de 42 anos.

Há informações de que Márcio teria sido contratado para realizar um trabalho de construção. Ele e outros quatro colegas foram ao local onde o crime ocorreu para iniciar a construção de um muro, quando perceberam que se tratava de uma emboscada.

Mário foi morto com tiros e também um golpe de faca, um dos seus colegas foi atingido, mas sobreviveu. Outros dois seguem conseguiram escapar e seguem foragidos. O caso é investigado pela Polícia de Amambai. Entretanto, até o momento não há nenhuma evidência de que esteja ligado ao confronto do mês passado.

“Ainda estamos apurando. O que sabemos é que eles estavam trabalhando e teriam sido atacados por duas pessoas em uma motocicleta, que atiraram neles. Estamos fazendo o acompanhamento jurídico com a comunidade Guapoy e também com as autoridades para sabermos o realmente aconteceu”, explica o assessor jurídico do Cimi (Conselho Missionário Indigenista), Anderson Santos.

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