Carlos Hugo Naranjo Alvarez deixou, nesse fim de semana, uma das celas do Presídio da Gameleira, em , após passar 28 dias preso pela morte de Matheus Frota da Rocha, de 27 anos, em um acidente de trânsito que aconteceu no dia 28 de fevereiro deste ano. Ele foi preso no mesmo dia na MS-080, quando fugia em sua Mercedes.

O colombiano deixou a nesse sábado (26), por volta das 17 horas, segundo a advogada de defesa de Carlos, que será monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele teve a fiança reduzida de R$ 50 mil para R$ 20 mil, que foi aprovada no dia 22 de março.

A defesa alegou para a redução que Carlos não possuía condições financeiras, e que trabalhava com venda de tênis, recebendo por mês cerca de R$ 3.500. O magistrado da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, autorizou a redução da fiança para R$ 20 mil.

Carlos deverá cumprir com as medidas cautelares como proibição de se ausentar de Campo Grande sem autorização, entrega do passaporte, além de monitoramento por tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno entre as 20h e 6h do dia seguinte.

Audiência

Foi agendada para o dia 6 de abril a audiência para ouvir testemunhas e também para que seja feito o interrogatório de Carlos Hugo Naranjo Alvarez, de 32 anos. A data foi confirmada em despacho, assinado pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. A defesa de Naranjo fez novo pedido de liberdade para o réu, em 2º Grau. Os desembargadores da 1ª Câmara Criminal agora aguardam informações do caso e da prisão para que o pedido seja avaliado.

Na última semana, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifestou pela improcedência do pedido da defesa, de desclassificação dos crimes de homicídio consumado e tentado. Carlos se tornou réu no dia 15 de março, pelos dois crimes.

Relembre o caso

A denúncia foi apresentada no dia 11 de março. Conforme a peça apresentada pelo , Carlos teria agido com dolo eventual, assumindo o risco de matar na direção de veículo automotor. Com isso, matou Matheus e tentou matar a jovem de 18 anos, “não consumando seu intento homicida por circunstâncias alheias à sua vontade”.

Ainda de acordo com a acusação, Carlos se encontrou na madrugada do dia 28 com outros três amigos em um bar, na Rua Euclides da Cunha, no Centro. Lá, os amigos beberam três garrafas de whisky, com combos de energético, pagando aproximadamente R$ 1.230, conforme registrado na comanda.

Ao sair do bar, Carlos dirigia a Mercedes-Benz C180 e seguiu pela Rua Guia Lopes. Por volta das 5h40, no cruzamento com a Avenida Salgado Filho, desrespeitou a sinalização semafórica de parada obrigatória, colidindo na motocicleta Honda Fan vermelha, pilotada por Matheus e com a jovem na garupa, registra o MPMS.

Matheus teve a perna esquerda inteira decepada e morreu no local. A jovem foi encaminhada para a Santa Casa, onde permaneceu internada. A acusação registra ainda na peça que Carlos fugiu do local, deixou os amigos no Bairro Tijuca e saiu tomando rumo incerto e não sabido. Já por volta das 6h30 foi encontrado na MS-080, após o carro ficar sem combustível.

Ele foi submetido a teste de que constatou 0,3 mg/l. Para o MPMS, Carlos agiu com dolo eventual, “uma vez que estava ciente do perigo concreto de acidente com seu veículo automotor ao dirigi-lo em alta velocidade, sob estado de embriaguez, além de desrespeitar a sinalização semafórica de parada obrigatória, vindo a colidir com a motocicleta na qual estavam as vítimas”.

Ficou concluído que Carlos assumiu o risco de matar as vítimas. Ele foi denunciado por homicídio simples, tentativa de homicídio e conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool. Foram elencadas oito testemunhas de acusação a serem ouvidas no decorrer do processo