Foi julgado recurso de apelação feito pela defesa de Christiano Luna de Almeida, 33 anos, réu pela morte de Jefferson Bruno Gomes Escobar, o segurança Brunão, que faleceu em março de 2011 após ser agredido na frente de uma boate, na Avenida Afonso Pena. Conforme decisão publicada nesta sexta-feira (1º), o réu teve a pena reduzida em 6 meses.

Inicialmente, a pena de Christiano era de 10 anos, sendo 8 anos e 6 meses pela lesão corporal seguida de morte e 1 ano e 6 meses por injúria racial. Ele foi a júri popular em 1º de dezembro de 2021 e a defesa recorreu da sentença. Em decisão da turma da 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), houve a redução.

Conforme a decisão, foi feito pedido de desqualificação do crime de lesão corporal seguido de morte para lesão corporal de natureza simples, o que não foi acatado. Também foi mantido o regime para cumprimento da pena como fechado. Já a pena foi reduzida por duplicidade de fundamento na sentença inicial.

Em relação ao crime de lesão corporal seguida de morte, a pena foi reduzida para 8 anos de reclusão. Já a pena pela injúria racial foi mantida, somando 9 anos e 6 meses de reclusão.

Júri popular

O Conselho de Sentença decidiu por condenar o réu e a pena, assinada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, foi de 8 anos e 6 meses por lesão corporal seguida de morte e 1 ano e 6 meses por injúria, mais 20 dias-multa. Luna já cumpriu pena de 1 ano e 6 meses.

A sentença prevê cumprimento da pena em regime fechado. No entanto, Christiano fica em liberdade até que o processo transite em julgado. “Foi custoso, mas triste, porque pelo visto ele não vai nem sair preso. Foram 10 anos esperando por isso”, lamentou a mãe de Brunão, Edecelma Gomes Dias, de 50 anos.

“É assim mesmo, a justiça nem sempre é como a gente quer. Mas uma coisa tenho certeza, da justiça divina ele não escapa”, disse. No plenário, Christiano chegou a dizer que saiu naquele dia para se divertir e não “para matar ninguém”. Chorando, ele alegou que era um jovem inconsequente e que bebia demais na época.

“Não tem um dia que não me arrependa, como também, não tem um dia em que não vejo o que a bebida fez com minha vida”, falou o réu. Christiano ainda disse que não sabia da morte de Brunão, e que só ficou sabendo quando policiais foram até a casa dele e o levaram para a delegacia.

Ele disse ainda entender a dor dos pais de Jefferson, mas afirma ser uma pessoa diferente hoje em dia.

Morte de Brunão

Brunão trabalhava como segurança na casa noturna, quando foi espancado e morto por Christiano Luna. A morte do segurança foi registrada pelo circuito de câmeras da boate. As imagens exibem Christiano, na época acadêmico de Direito, sendo retirado do estabelecimento por ter passado a mão nas nádegas de um garçom por duas vezes.

O segurança foi quem alertou o rapaz primeiro, dentro da boate. Lá fora, Christiano foi dominado pelos seguranças, mas quis ficar no local. Entre um golpe e outro, o rapaz acertou o peito da vítima com um dos pés. Brunão morreu no local, antes do atendimento. Após 6 anos, Christiano foi condenado a 17 anos de prisão. No entanto, o julgamento acabou anulado.