A Polícia Federal apreendeu mais de R$ 1,6 milhões em dois endereços na manhã desta terça-feira (8), durante cumprimento de mandados pela Operação Mineração de Ouro. Entre os locais visitados pelos agentes em Campo Grande estão o prédio do Tribunal de Contas do Estado e também o escritório de Vanildo Neves Barbosa, irmão do ex-presidente do TCE Waldir Neves.

Conforme a PF, em um dos endereços foram apreendidos R$ 889.660, além de U$ 7.272,00 (sete mil, duzentos e setenta e dois dólares), £ 200,00 (duzentas libras esterlinas) e € 4.500,00 (quatro mil e quinhentos euros). Já em um segundo endereço, foram R$ 729.600 apreendidos. O dinheiro foi contabilizado na sede da PF com a máquina contadora de cédulas.

A operação em conjunto com a Receita Federal mirou em conselheiros do TCE-MS, além de funcionários fantasmas. A investigação identificou fraudes em processos licitatórios e obras superfaturadas. Durante a ação foram apreendidos dinheiro e documentos. Logo nas primeiras horas da manhã desta terça (8), agentes foram até o prédio do TCE, no Parque dos Poderes, além do escritório de Vanildo, no Jardim dos Estados.

Outro endereço em que os agentes estiveram nesta terça-feira foi no Residencial Damha, onde moraria um dos conselheiros do TCE. Ao todo foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Sidrolândia e Brasília, no Distrito Federal. A operação apura possível favorecimento de terceiros por servidores públicos, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e contratação de funcionários fantasmas.

Irmão ex-presidente do TCE

Vanildo Neves foi assessor especial da Segov (Secretaria Estadual de Governo e Relações Estratégicas) em 2018, na atual gestão do governador (PSDB). O MPMS (Ministério Público Estadual de ) pediu a exoneração dele por ser considerado “ficha suja”. Ele é ex-vice-prefeito de Aquidauana e irmão do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Waldir Neves.

Investigações

A investigação apurou o envolvimento de servidores públicos do Estado do Mato Grosso do Sul com um grupo de empresários, em fraudes relacionadas a procedimentos licitatórios, obras superfaturadas e desvio de recursos públicos.

Durante as investigações, foram identificadas irregularidades na apreciação e julgamento de processos relativos à empresa detentora da concessão dos serviços de coleta de lixo e de tratamento de resíduos no município de Campo Grande.

Operação

Foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Participam da operação 102 policiais federais, além de servidores da Controladoria-Geral da União e Receita Federal do Brasil. O nome da operação decorre de indícios de que a aquisição de direitos relacionados à mineração tenha sido utilizada para lavagem de dinheiro.