Tráfico ‘maquiado’ pelo agro em MS: gêmeos alvos de operação da PF são presos

Em um ano, família de MS movimentou 5 toneladas de cocaína

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Dinheiro e armas foram apreendidas com o grupo
Dinheiro e armas foram apreendidas com o grupo

Os gêmeos líderes da organização criminosa, alvo da Operação Geminus, realizada nesta terça-feira (7), já estão presos, de acordo com a Polícia Federal. Um deles foi detido na tarde desta terça-feira (7), enquanto estava na estrada, em Sidrolândia, município distante aproximadamente 70 quilômetros de Campo Grande.

A ação policial tinha como alvo um casal e os sobrinhos, que são irmãos gêmeos. O casal era morador em Mato Grosso do Sul e foi preso hoje pela manhã.

De acordo com a delegada da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Aletea Vega Marona Kunde, o grupo movimentou 5 toneladas de cocaína no período de um ano. A droga era levada de MS para o RS em compartimentos ocultos em caminhões. Da mesma forma, os veículos voltavam com grandes quantidades de dinheiro escondidas.

O dinheiro era ‘lavado’ com empresas de fachada, bem como ‘laranjas’. Ainda segundo a delegada, o grupo também lavava dinheiro com a produção de gado, bem como com uma empresa de transporte e outra de locação de equipamentos para construção. As empresas funcionavam apenas para transitar os recursos e simular riqueza lícita.

Conforme a delegada, o grupo até mesmo simulava a produção inexistente de grãos, com a empresa de agronegócio. Além do casal e dos sobrinhos, que são lideranças da organização criminosa, outros familiares também atuavam como ‘laranjas’. A estimativa é de que os bens apreendidos na ação foram avaliados em R$ 50 milhões.

Operação Geminus

Em MS, são cumpridos mandados em Dourados, Ponta Porã, Maracaju e Deodápolis. Ao todo, são 5 mandados de prisão no Estado e 17 de busca e apreensão. De acordo com a PF, a operação foi deflagrada para desarticular organização criminosa dedicada ao transporte de cocaína, de MS para o Rio Grande do Sul.

São cumpridos, ao todo, 11 mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão, além do sequestro de 52 imóveis e 70 veículos, entre automóveis, jet skis, caminhões, carretas e tratores, e o bloqueio de valores em contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas envolvidas.

Os bens a serem sequestrados estão estimados em R$ 50 milhões. A investigação apurou que organização criminosa, comandada por núcleo familiar estabelecido nos municípios de Deodápolis (MS) e Viamão (RS), utilizava o agronegócio e outras atividades econômicas formais como fachada para ocultar os valores obtidos com o tráfico internacional de drogas, principalmente de cocaína.

O grupo transportava a droga oculta em caminhões, a partir da fronteira do Mato Grosso do Sul, para uma propriedade rural no município de Viamão (RS), de onde era distribuída para traficantes locais do Rio Grande do Sul, principalmente das regiões de Porto Alegre e Vale dos Sinos. Durante as investigações, iniciadas em agosto de 2019, a Polícia Federal apurou que a organização criminosa movimentou 5 toneladas de cocaína em um ano.

Os valores obtidos com o tráfico de drogas eram inseridos na economia formal através de simulação de prestação de serviço de transporte, declaração de produção inexistente de grãos, atividade pecuária na região de Deodápolis, empresa de locação de máquinas e equipamentos para a construção e outras aquisições de bens móveis e imóveis em nome de terceiros.

A operação foi denominada Geminus, pois dois integrantes do alto escalão da organização investigada são irmãos gêmeos idênticos, sendo que um deles gerencia os negócios ilícitos no Rio Grande do Sul e o outro no Mato Grosso do Sul. Os crimes investigados na Operação Geminus são tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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