Funcionário que matou dono de conveniência e gravou vídeo confessando vai a júri popular

Ele chegou a alegar que a vítima era agiota

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Vai a júri popular Maikon Lucas Matias Serpa Pinto, de 23 anos, acusado do homicídio de Hugo Gonçalves Insabralde, de 29 anos. O funcionário teria assassinado o proprietário da conveniência, que fica no Danúbio Azul, no dia 4 de janeiro, e chegou a publicar um vídeo na internet confessando o crime.

Segundo a denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e recebida ainda em janeiro, Maikon atirou contra Hugo, que caiu na rua já ferido. Em seguida, o acusado pegou uma faca e deu vários golpes no comerciante. Além disso, Maikon ainda usou um taco de sinuca para golpear a vítima.

Ainda conforme a denúncia, Maikon praticou o crime por motivo torpe. Ele teria matado Hugo porque corria risco de perder o uso de um automóvel que a vítima tinha emprestado a ele, bem como perder vantagens financeiras da relação de confiança que mantinha com o comerciante.

Foi apontado meio cruel para o crime, já que Maikon atirou, esfaqueou e ainda golpeou Hugo com o taco de sinuca. Ele também foi denunciado por praticar o crime com recurso que dificultou a defesa da vítima e por adquirir a arma de fogo ilegalmente, um revólver calibre 32.

Vídeos após o homicídio

Dois dias após o crime, Maikon publicou vídeos nas redes sociais sobre o caso, confessando o crime. Ele ainda disse que, junto com Hugo, atuava com agiotagem. “Não matei nenhum pai de família não”, diz o rapaz no vídeo, alegando que ele e Hugo eram sócios em um negócio de “dinheiro a juro”, agiotagem. “A conveniência é só uma fachada”, alega. Ainda no vídeo ele afirma que não matou o comerciante e amigo por causa de dinheiro. “Nada disso que estão falando é verdade”.

Maikon então afirma que Hugo era como um irmão para ele “Mas traiu minha confiança”. Assim, ele conta que no dia do crime estava com o Facebook da esposa logado no celular quando recebeu a mensagem de Hugo. Mesmo assim, não disse nada e mais tarde foi com a mulher levar o filho para vacinar, quando ela mesma mostrou também a mensagem de Hugo para ele.

O rapaz ainda foi até a conveniência com a esposa e disse que a levaria para casa e voltaria depois. Quando retornou, teve a discussão com Hugo. “Ele tem uma pistola, ele é agiota, não era comerciante não”, diz. Ainda segundo o autor do crime, os dois discutiram e Hugo teria questionado se ele tinha “alguma coisa para resolver”.

“Falei que não e ele foi em direção à BMW. Ele tem uma pistola que eu sei”. O rapaz então alega que agiu por imaginar que Hugo buscaria a arma. “Eu vou esperar o cara pegar a arma para me matar?”, diz. Ainda no discurso, o suspeito reafirma por várias vezes a prática de agiotagem na conveniência e diz para a polícia analisar as anotações nos cadernos do estabelecimento.

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