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Cotidiano

Com alta procura em Campo Grande, uso de canetas emagrecedoras pode trazer graves riscos à saúde

Apesar de ainda serem vendidos sem receita, medicamentos com efeito emagrecedor podem provocar efeitos colaterais que comprometem a saúde de pacientes
Aline Machado -
Mounjaro é utilizado em tratamento de diabetes e tem efeito colateral emagrecedor (Foto: Divulgação)

Mounjaro, Wegovy, Saxenda, Ozempic, essas são algumas das famosas canetas emagrecedoras. No entanto, esses medicamentos, que passaram a ser procurados por pessoas que buscam emagrecimento de forma rápida, não possuem esse fim. A redução do apetite e, consequentemente, a perda de peso, são efeitos colaterais dessas drogas indicadas a pacientes que fazem tratamento e controle da diabetes. Embora a reação adversa pareça positiva e bastante atrativa, o uso indiscriminado é preocupante. Existem outras reações graves, que são ignoradas quando o foco está na medida apresentada na balança.

Entre os efeitos colaterais descritos nas bulas estão: pancreatite, problemas renais, doenças da tireoide, câncer de tireoide, palpitações, doenças estomacais, alteração na visão, inflamação da vesícula biliar e formação de pedras na vesícula, hipoglicemia, náusea, diarreia, diminuição do apetite, vômitos, constipação e indigestão e dor de estômago.

Farmacêutica e presidente do CRF-MS (Conselho Regional de de ), Daniely Proença dos Santos, observa que apesar de todos os efeitos adversos, o uso indiscriminado desses medicamentos parece crescer a medida em que circulam os depoimentos sobre o efeito emagrecedor dessas drogas.

“Essa busca por esses medicamentos que trazem emagrecimento é um risco à saúde da população porque são muitos os efeitos adversos. A gente entende que a sociedade busca por uma aparência melhor, mas pedimos para que faça isso sem colocar a saúde em risco. Que procurem sanar as dúvidas com um farmacêutico e que tenham prescrição e acompanhamento médico”, reforça.

Presidente do CRF-MS Daniely Proença dos Santos (Foto: Arquivo pessoal)

Uso indiscriminado

O Mounjaro, um dos medicamentos com efeito emagrecedor mais famosos, foi recentemente liberado no Brasil e esgotou nas farmácias de Campo Grande após ser anunciado por um preço promocional. A caneta que era vendida por aproximadamente RS 4 mil, gerou lista de espera ao ser oferecida a R$ 1,4 mil nesta segunda-feira (12).

A situação acende um alerta sobre a automedicação, uma vez que essas drogas ainda são fornecidas sem a necessidade de receita médica.

Segundo a presidente do CRF-MS, a exigência do receituário só acontecerá a partir do dia 24 de junho, conforme determinado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que aprovou o controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desses medicamentos.

“A exigência da receita vai dificultar o acesso a esses medicamentos. Vemos uma grande procura agora justamente porque as pessoas estão querendo garantir a medicação antes que seja obrigatória a apresentação da prescrição médica, mas essa medida é muito importante. Precisa ter o acompanhamento e a indicação profissional porque as pessoas precisam entender os riscos”, observa.

A presidente do CRF-MS destaca que enquanto a apresentação da receita médica não é obrigatória, cabe aos farmacêuticos o papel de orientar a população sobre os efeitos colaterais.

“Somos o último profissional de contato e estamos preparados para orientar. O farmacêutico é o profissional que recebe o paciente na farmácia, esclarece dúvidas, orienta sobre a aplicação correta da caneta, os cuidados com armazenamento, os efeitos adversos mais comuns e as interações com outros medicamentos. O farmacêutico pode, ainda, identificar situações em que o paciente precisa retornar ao médico para ajustes na prescrição”, pontua.

Contrabando

Outra situação que preocupa os profissionais da saúde, é a procura por esses medicamentos em países vizinhos, onde o preço pode ser até quatro vezes menor que o valor cobrado nas farmácias do Brasil.

“Os medicamentos vendidos nos países vizinhos não têm registro da Anvisa. Não temos como saber se iremos consumir o que estamos comprando. Quem vai garantir que é de qualidade, que o medicamento é o que está escrito no rótulo?”, questiona.

Além da preocupação com a falta de informação sobre as canetas emagrecedoras vendidas mais baratas em países vizinhos, Daniely também lembra que não há estudos avançados sobre os efeitos desses medicamentos a longo prazo.

“Ainda não existem estudos suficientes que comprovem o tempo de ação destes medicamentos no organismo, mas sabemos que ficam por um período considerável e que quando é ingerido por uma que não necessita desse medicamento para sua indicação, o organismo vai reagir de foram diferenciada. O uso repetido e sem acompanhamento médico é um risco. “Não estamos dizendo para não tomar, estamos pedindo para que a pessoa busque orientação profissional”, conclui.

Risco de golpe

A procura exacerbada pelo Mounjaro está sendo aproveitada por golpistas. Na semana passada, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) emitiu alerta sobre um golpe que está circulando e que envolve a Casa da Saúde de Mato Grosso do Sul.

No anúncio falso, golpistas oferecem o medicamento Mounjaro à venda. No entanto, informam que a retirada deve ser feita na Casa da Saúde. A SES destaca que a informação é falsa e que a entidade não comercializa qualquer medicamento ou serve de intermediária para a sua venda e retirada.

A Secretaria de Estado de Saúde frisa que medicamentos ofertados na são distribuídos gratuitamente aos pacientes devidamente cadastrados e autorizados.

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