O advogado de Bruno César de Carvalho, de 24 anos, acusado do assassinato de  Emerson Salles da Silva, de 33 anos, disse que o réu — que vai a julgamento nesta sexta-feira (24) — agiu em legítima defesa. O crime aconteceu no local de trabalho dos dois colegas, em agosto de 2020.

Alex Viana de Melo, advogado de Bruno, disse que dias antes do assassinato, seu cliente havia sido agredido por Emerson e que no dia do crime, Bruno agiu em legítima defesa. “Era o Emerson ou o Bruno. Alguém ia morrer”, disse Alex.

O advogado ainda afirmou que a expectativa é sair com Bruno livre do julgamento desta sexta (24). “Ele (Bruno) é uma pessoa boa, e o único erro foi conhecer o Emerson”, falou. Alex ainda relatou que foi feito um documento com 500 assinaturas de moradores das para que Bruno fosse solto. 

Depois do crime, Bruno se entregou após seis dias quando foi decretada a sua prisão preventiva pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Juri. Mensagens trocadas em revelaram uma briga fútil entre os colegas de trabalho antes do crime.

Briga no WhatsApp

Conforme inicialmente apurado pela polícia, em uma das conversas, Emerson manda um áudio para Bruno falando sobre não ter gostado que ter de trabalhar no seu lugar, já que o autor teria mandado arrumar a motocicleta. Em resposta, Bruno diz em uma das mensagens: “Larga mão de ser c*, vai trabalhar, eu preciso arrumar minha moto”.

Em seguida, outra mensagem é enviada por Emerson a Bruno: “Vamos ver se você é bravo mesmo, fodão”. O autor responde: “Só reclama, aqui não é Corumbá, não”.

Os dois continuam trocando ofensas e no dia do crime acabam entrando em vias de fato, trocando socos na lanchonete na Avenida Mato Grosso. Eles chegam a ser separados por funcionários, mas voltam a brigar e Bruno vai até a mochila e retira o revólver, avisando que está armado.

Imagens e assassinato

Em seguida, pelas imagens divulgadas, é possível ver quando Bruno faz disparos contra Emerson, que se agarra à pilastra da lanchonete e cai no chão, sendo que neste momento o autor se aproxima e faz um disparo contra a cabeça de Emerson, que chega a ser socorrido, mas morre na Santa Casa.

Conforme as informações policiais, uma funcionária do local entrou em desespero e pede para que Bruno não atire contra Emerson, que ainda está vivo, mas de nada adianta. 

Um dia antes do crime, na quarta-feira, Bruno teria levado a motocicleta para arrumar e, por isso, avisou que Emerson trabalharia sozinho. Assim, os dois já tiveram uma primeira briga, em que trocaram xingamentos. Já na noite do crime, o autor estava conversando com um funcionário da lanchonete e perguntou se era Emerson quem iria lá. “Tomara que ele nem venha, se não ele vai ter o dele”, teria ameaçado o colega, momentos antes de Emerson chegar ao serviço.

Assim, logo que Emerson chegou, ele e o colega iniciaram a discussão e depois começaram a se agredir. Com isso, os dois teriam trocado socos e ainda foram ‘apartados' pelas pessoas que estavam ali, mas brigaram novamente.

Foi então que o entregador sacou a arma de fogo, que não se sabe ao certo se estava na cintura ou na mochila. Neste momento, ele fez os primeiros disparos e a dona da lanchonete implorava para que ele não matasse Emerson, conforme os relatos policiais. Mesmo assim, ele deu mais um disparo na cabeça da vítima. Essa questão também é rebatida pela defesa de Bruno, que afirma que a proprietária do estabelecimento só chegou ao local após o crime.