Polícia Civil diz que vítima não falou sobre agressão de PM em depoimento
Por meio de nota, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul informou que a mulher agredida por oficial da Polícia Militar em Bonito, no dia 26 de setembro, não relatou a violência sofrida enquanto era autuada. De acordo com a corporação, durante depoimento, a vítima teria manifestado o direito de ficar em silêncio, apesar […]
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Por meio de nota, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul informou que a mulher agredida por oficial da Polícia Militar em Bonito, no dia 26 de setembro, não relatou a violência sofrida enquanto era autuada. De acordo com a corporação, durante depoimento, a vítima teria manifestado o direito de ficar em silêncio, apesar de ter reclamado depois que o caso veio à tona.
“Em seu interrogatório, que é também um ato de defesa de pessoas presas em flagrante, a mulher manifestou o desejo de permanecer em silêncio em todos os questionamentos, não trazendo à tona as informações acerca das agressões sofridas”, afirma a polícia em nota.
Na ocasião, ela se envolveu em uma confusão em um restaurante da cidade e foi encaminhada ao quartel da PM, para registro do boletim de ocorrência. Lá, foi agredida com tapas, socos e chutes pelo oficial. A ação foi registrada por câmeras de segurança e as imagens vieram à tona neste final de semana.
Por este motivo, o governador Reinaldo Azambuja mandou afastar todos os militares envolvidos. O detalhe é que, após as agressões, a ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Polícia Civil e relatava apenas fatos de ameaça, dano, resistência, desacato e embriaguez. Os PMs alegavam desacato, mas obviamente não citavam a agressão cometida.
Em sua nota, a Polícia Civil explicou que a mulher foi levada à DP por volta das 22 horas da data dos fatos, juntamente com testemunhas. “Diante da situação flagrancial, a autoridade policial de plantão autuou a mulher em flagrante e comunicou sua prisão imediatamente ao seu marido, que se apresentou na delegacia de Bonito na manhã seguinte, dia 27 de setembro de 2020”, pontua.
Após determinação do delegado responsável pelo flagrante, a Justiça foi informada acerca da prisão e da condição especial da vítima, que além de ser mãe de criança com autismo, estava ainda em fase amamentação. “Ademais, na delegacia, foi conferido à mulher sala separada e adequada para que pudesse amamentar a criança”.
Diante de tais informações, o Poder Judiciário homologou o flagrante e decretou a liberdade provisória dela, que foi colocada em liberdade às 18h51min do dia 27 de setembro de 2020 conforme documentos anexos aos autos, ou seja, menos de 24 horas após sua prisão.
“A Polícia Civil informa, ainda, que não tinha ciência de que a mulher havia sido agredida por Policiais Militares no quartel da polícia militar, sendo que tais fatos apenas chegaram ao conhecimento da Polícia Judiciária após a divulgação do vídeo da câmera de segurança pela imprensa. Em seu interrogatório, que é também um ato de defesa de pessoas presas em flagrante, a mulher manifestou o desejo de permanecer em silêncio em todos os questionamentos, não trazendo à tona as informações acerca das agressões sofridas”.
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