Até o início da tarde desta quarta-feira (23), entre 15 e 20 pessoas foram conduzidas ao Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros) durante a Operação Black Cat. Eles são responsáveis por barracas de jogo do bicho em Campo Grande, que estariam funcionando sem alvará e alguns ainda comercializando ilegalmente jogo do bicho.

O advogado José Amilton Souza disse ao Midiamax que deve representar pelo menos 7 dos conduzidos à delegacia nesta quarta-feira. Alguns deles devem responder por jogo de azar, além do funcionamento de barracas para venda do Pantanal Cap sem alvará. Também segundo Amilton, o Pantanal Cap teria ficado sem funcionar por aproximadamente três meses.

No entanto, já teria regularizado a situação junto ao Ministério da Fazenda e, por isso, os vendedores teriam reaberto as barracas. Pantanal Cap é uma empresa de título de capitalização e pertence à família Name, alvo das operações Omertà. Mesmo assim, a exemplo de um senhor de 66 anos conduzido para a delegacia, ele diz nem sequer conhecer pessoalmente os donos da empresa.

Pelo menos 15 são conduzidos ao Garras por falta de alvará em barracas de jogo do bicho
Advogado José Amilton (Foto: Leonardo França, Midiamax)

Conduzidos

Conforme o homem de 66 anos, dono de uma banca na Avenida Júlio de Castilho, ele já vendeu jogo do bicho, mas parou e só vende o Pantanal Cap. Assim, por volta das 11 horas policiais do Garras foram até a banca, conversaram e o conduziram para a delegacia. Além disso, apreenderam os talões e anotações.

Também segundo ele, o ganho para a venda das cartelas é mínimo, sendo que nas cartelas de R$ 15 ele ganha R$ 1,80 e nas de R$ 20, ganha R$ 2,40. “Está difícil vender. Essa semana vendi só uma”, relatou. Já Luan, de 28 anos, que tem uma bar na Vila Carvalho, assumiu que também vende jogo do bicho. “Isso aqui não vai dar em nada”, relatou, após contar que os policiais também apreenderam talões dos jogos no estabelecimento.

Black Cat

Esta é a quarta fase da Operação Omertà, que mira em um grupo criminoso responsável por crimes de execuções, tráfico de armas, corrupção ativa e passiva e também envolvidos em jogo do bicho. A operação precisou ser antecipada, após ser divulgada em um programa e circularem áudios no WhatsApp orientando funcionários e donos a não abrirem as bancas.

Com isso, equipes lacraram várias barracas já nesta quarta-feira e ainda devem continuar os trabalhos nos próximos dias. Assim, as bancas que estavam abertas tiveram também os materiais apreendidos, anotações e talões e os responsáveis foram conduzidos. Eles devem assinar um termo de compromisso.