Nem prisão de PMs intimidou colegas que continuaram se apropriando de contrabando

Mesmo após a Operação Trunk em 31 de julho de 2019, que resultou na prisão de policiais envolvidos em esquemas de contrabando por aceitarem propina para liberarem as mercadorias aos criminosos, militares de Sidrolândia continuaram com o esquema. O grupo de pelo menos quatro policiais é alvo de investigações da Polícia Federal, Gaeco (Grupo de […]

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Mesmo após a Operação Trunk em 31 de julho de 2019, que resultou na prisão de policiais envolvidos em esquemas de contrabando por aceitarem propina para liberarem as mercadorias aos criminosos, militares de Sidrolândia continuaram com o esquema. O grupo de pelo menos quatro policiais é alvo de investigações da Polícia Federal, Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Corregedoria da Polícia Militar.

A Operação Trunk aconteceu em julho de 2019, ocasião em que o policial Maurício Gonçalves Brandão foi detido após a PF descobrir que ele havia cobrado R$ 200 mil para liberar uma carga de cigarros em 31 de outubro de 2018, agindo em conjunto com Wilgruber Valle Ptzold, Rafael Preza da Silva e Rafael Leguiça Flores. Já em novembro do mesmo ano, o grupo teria interceptado uma carga de uma carga de essência de narguilé e liberado o motorista, informando no boletim de ocorrência que ele teria fugido.

Nem prisão de PMs intimidou colegas que continuaram se apropriando de contrabando
Operação Trunk ocorreu em julho de 2019 (Foto: PF)

Em 23 de fevereiro de 2019, o mesmo grupo apreendeu uma carga de brinquedos e artigos de pesca, levados por um motorista sem a documentação necessária. Não foi feito boletim de ocorrência e o grupo se apropriou dos bens. Em 12 de março de 2019, os mesmos militares também forjaram uma fuga de dois criminosos, o que mais tarde resultaria no cumprimento de 52 mandados pelo Gaeco na Operação Piromania.

Em julho, Maurício foi preso na Operação Trunk e, mesmo assim, em 4 de setembro de 2019 o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que Wilgruper e Rafael Leguiça, acompanhados ainda de um terceiro militar, detiveram uma carga na BR-060. O motorista transportava aparelhos eletrônicos sem nota fiscal, e teve a carga apreendida sem que o boletim de ocorrência fosse elaborado.

O homem desconfiou e procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o que acabou também resultando em uma operação em 26 de setembro de 2019, pela própria Polícia Militar. A Operação Ave Maria prendeu seis militares que estariam envolvidos nos esquemas de corrupção, interceptação das cargas e recebimento de propinas.

Pelo envolvimento com criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) que segundo relatório da Operação Piromania faziam um esquema de troca de veículos roubados por droga no Paraguai e depois vendiam o entorpecente, os policias tiveram as prisões temporárias convertidas em prisão preventiva na última sexta-feira (22).

Já pelos outros crimes denunciados pelo MPMS, o juiz condenou os quatro militares, além de Diego de Souza Nantes e Warlei Anderson Santos (que também participaram dos esquemas de corrupção). Os réus foram interrogados em 23 de janeiro e negaram a prática de todos os crimes.

O Conselho de Justiça Militar decidiu ontem, 25 de maio, pela condenação de Wilgruber, Warlei e Rafael Leguiça por peculato e falsidade ideológica. No entanto, no âmbito da Piromania, Wilgruber, Rafael Leguiça, Diego de Souza, Maurício Gonçalves e Rafael Preza se tornaram réus.

Ainda em abril, Wilgruber, Rafael Leguiça e Maurício teriam sido condenados também por peculato e falsidade ideológica.

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