Perdendo ‘terreno’ para o PCC em MS e com morte de Maluco, CV pode se fundir com facções

Com a morte de Elias Maluco, na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, nesta terça-feira (22), o CV (Comando Vermelho) agora poderá perder ainda mais terreno com o avanço cada vez maior de milícias no Rio de Janeiro, sem falar no aumento, cada vez mais significativo, das atividades do PCC (Primeiro Comando da Capital) em […]

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Com a morte de Elias Maluco, na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, nesta terça-feira (22), o CV (Comando Vermelho) agora poderá perder ainda mais terreno com o avanço cada vez maior de milícias no Rio de Janeiro, sem falar no aumento, cada vez mais significativo, das atividades do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul. Elias Maluco foi encontrado morto com sinais de enforcamento na cela.

O Comando Vermelho foi uma das primeiras facções criadas no país, em 1979 surgiu a organização criminosa, que já foi considerada uma das maiores. Em seguida surgiu, em 1993 o PCC. Mas, mesmo sendo uma das primeiras e abrindo terreno acabou perdendo espaço, contatos, clientes e parceiros.

As inúmeras operações tanto do Polícia Federal quanto do Gaeco para desmantelar e enfraquecer as organizações criminosas, tentam diminuir ação de membros, líderes no narcotráfico, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.

Mas, em outro plano o que se vê é o crescimento das milícias, principalmente, no Rio de Janeiro como o avanço da Liga da Justiça, ADA (Amigos dos Amigos), e TCC (Terceiro Comando da Capital), que segundo fontes policiais ouvidas pelo Jornal Midiamax poderiam ‘fundir’ o CV em suas estruturas organizacionais ficando com a massa falida do Comando Vermelho.

Desacordo e massacre

A sucessão de liderança que irá ocupar o lugar de Elias Maluco, que era um ícone dentro do facção, ainda está em aberto, mas deverá ser ocupado por algum membro que ainda está solto para poder comandar a logística e contabilidade da facção. O CV acabou perdendo muito quando rompeu laços com a facção criminosa Família do Norte, em 2019, e declarou guerra ao PCC que teria tentado dominar o estado do Rio de Janeiro, que era a ‘casa’ do Comando Vermelho.

O desacordo com a Família do Norte resultou em um grande massacre em Manaus em 2019 onde 55 presos morreram. A Família do Norte teria se unido ao PCC para acabar com o CV. Antes Família do Norte era aliada ao CV para barrar a expansão do PCC, mas o acordo entre as duas facções terminou em 2018.

Os portos de Santos e Itajaí já estariam sob o domínio do PCC, para a exportação de cocaína para a Europa e Estados Unidos. Sérgio de Arruda Quintiliano, de 36 anos, o ‘Minotauro’, foi preso no dia 4 de fevereiro de 2019 em Balneário Camboriú. A prisão foi feita por agentes da Polícia Federal de Itajaí.

De 2016 até 2018 as duas facções entraram em guerra e até o núcleo de Jarvis Pavão que tentava se estabilizar na fronteira do Brasil com o Paraguai virou alvo do PCC, que executou vários membros de Pavão, sendo um deles a advogada Laura Casuso, de 54 anos, atacada com mais de 14 tiros no dia 12 de novembro, na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã. Laura chegou ao hospital com várias perfurações no abdômen, tórax, pescoço e membros superiores, causando lesões vasculares e múltiplas fraturas.

Descapitalizar

Para o delegado da Polícia Federal, Leonardo Rafain, delegado regional de combate ao crime organizado, as operações deflagradas pela PF tentam descapitalizar as facções criminosas em uma tentativa de eliminar o ‘poder de fogo’ das organizações, “Não adianta a gente (PF) prender integrantes, apreender armas, drogas se não chegarmos até a parte financeira da organização”, disse.

Segundo o delegado, nos últimos anos as facções se instalaram na fronteira do Paraguai e Bolívia fechando um cerco completo na comercialização de drogas e armas, que vem sendo combatido pelas forças policiais.

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