Delegado de MS investigado por sumiço de cocaína em DP volta a ser preso

O delegado Eder Oliveira de Moraes, réu por envolvimento no sumiço de 100 quilos de cocaína da 1ª Delegacia de Polícia de Aquidauana, a 139 quilômetros de Campo Grande, voltou a ser preso nesta quinta-feira (19). Ele havia sido beneficiado com prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica, mas desembargadores da 1ª Câmara Criminal do […]

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Momento em que delegado Eder chegava à Corregedoria da Polícia Civil em Campo Grande
Momento em que delegado Eder chegava à Corregedoria da Polícia Civil em Campo Grande

O delegado Eder Oliveira de Moraes, réu por envolvimento no sumiço de 100 quilos de cocaína da 1ª Delegacia de Polícia de Aquidauana, a 139 quilômetros de Campo Grande, voltou a ser preso nesta quinta-feira (19). Ele havia sido beneficiado com prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica, mas desembargadores da 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) deferiram liminar que suspendeu a ‘liberdade’.

Eder havia sido preso em junho de 2019. O delegado foi denunciado pelo Ministério Público em agosto do mesmo ano, por integrar organização criminosa voltada para o tráfico de drogas. Junto com a advogada Mary Stella Martins de Oliveira, ele beneficiava a traficante Sandra Ramona da Silva, fornecendo informações privilegiadas.

Conforme investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), Stella era tida como “amiga” por Ramona, pois lhe abastecia com dados sobre localização de fiscalizações feitas pela polícia, que haviam sido repassadas inicialmente pelo delegado. Eder, em contrapartida, recebia propinas de Sandra. Os fatos foram descobertos por meio de interceptações telefônicas.

Consta na denúncia, inclusive, que Stella tinha acesso livre ao gabinete do delegado enquanto ele esteve na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana, onde era informada sobre investigações, em especial àquelas que envolviam a comparsa Ramona. Os próprios policiais civis desconfiavam haver vazamento, pois toda as vezes que tentavam abordar Ramona, nunca conseguiam flagrar nada de ilícito com ela.

Informações relatadas pelo Ministério Público apontam ainda que Eder teria tido ajuda de membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para a retirada da droga de dentro da delegacia, fato ocorrido no dia 10 de junho do ano passado. A carga estaria no prédio desde o dia 31 de maio. A defesa dele recorreu alegando não haver necessidade para a manutenção da prisão, mas teve o pedido indeferido.

O delegado ainda foi condenado a 39 anos pelo estupro de dois adolescentes. Os casos aconteceram em Rio Verde, em 2015, sendo que um dos garotos, de 14 anos, que foi até a delegacia para prestar depoimento, acabou sofrendo o abuso. Após a condenação, foi pedido pela perda do cargo do delegado, que pode apelar em liberdade. A defesa de Eder, no entanto, recorreu da decisão e aguarda desfecho.

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