Durante deflagração da segunda fase da Operação Nepsis nesta terça-feira (26), em Dourados, cidade distante a 225 quilômetros de Campo Grande, a polícia descobriu que o homem que se passava por falso policial atuou como servidor público. Identificado como Wellington Almeida, ele já integrou o setor de postura do município.

Conforme informações do News, Wellington é irmão do policial militar Alisson José Carvalho de Almeida, preso em maio do ano passado dentro da Operação Oiketicus, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especializado em Combate ao Crime Organizado). Na época, a investigação apontou que o policial militar atuava com outros militares para garantir a livre movimentação da chamada “Máfia do Cigarro”.

Wellington Almeida se passava por agente de Polícia Federal e passou a vender informações aos chefes da “máfia dos cigarros” sobre possíveis operações policiais, recebendo valores em nome de uma equipe inexistente de policiais federais fictícios, bem como em nome de membros do Poder Judiciário.

O investigado teria recebido pagamentos que ultrapassam R$ 1 milhão de reais. O falso policial atuava auxiliando no escoamento logístico dos cigarros contrabandeados favorecendo o monitoramento pela Organização Criminosa da fiscalização policial nas rodovias.

Primeira fase da operação

No total, 12 policiais, entre civis, militares e rodoviários federais, foram presos na ação de combate ao contrabando de cigarros. Outros dois policiais que tiveram mandado de prisão expedidos já estavam presos na Operação Oiketicus.

Só em 2017, acredita-se que os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os valores em mercadorias contrabandeadas atingiram valores superiores a R$ 1,5 bilhão.

Foram apreendidas grande quantidade em dinheiro em resort, casas, e apreendidos carros e embarcações de luxo, além de armamento pesado e cargas de cigarros contrabandeados.

O nome da operação

Segundo a mitologia grega, “Nepsis” significa vigilância interior, estado mental de atenção plena. A operação foi assim batizada em alusão à vigilância necessária para se combater as sofisticadas atividades criminosas ligadas ao contrabando e à vigilância em relação à própria atividade de fiscalização estatal para conter a corrupção de servidores públicos.