Em depoimento, capitão da PM diz se sentir culpado pela morte do filho

Durante depoimento na manhã de ontem (10), na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Homicídios (DEH), o capitão da reserva da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier estava abalado. De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, ele se sente culpado pela morte do filho, o estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, […]

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Durante depoimento na manhã de ontem (10), na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Homicídios (DEH), o capitão da reserva da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier estava abalado. De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, ele se sente culpado pela morte do filho, o estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, alvo de atentado na noite da última terça-feira.

Paulo acredita que seria o alvo do ataque por conta de sua vida pregressa. Ele responde no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul por envolvimento com esquema de caça-níqueis desmantelado durante a Operação Las Vegas, deflagrada em 2009. “Ele estava bastante consternado com o que aconteceu e sem dar muitos detalhes, falou sobre sua vida pregressa e demonstrou sentimento de culpa”, disse o delegado, ressaltando que o garoto pode ter sido morto por engano ao sair com caminhonete do pai.

“Tudo indica que sim, ele era um menino tranquilo e não tinha envolvimento com nada de ilícito”, pontuou. O próprio pai, ao registrar boletim de ocorrência logo após o fato fez questão de mencionar que poderia ter sido alvo em razão de seu histórico com o crime organizado. O capitão, inclusive, observou que costumava sair com o veículo no mesmo horário, e que os executores podem ter se confundido.

Além disso, Delano não descarta que a morte de Matheus esteja relacionada com outros crimes de pistolagem ocorridos em Campo Grande. Entre eles, constam a execução do 1º sargento Ilson Martins de Figueiredo, de 62 anos, alvo de emboscada na Avenida Guaicurus no dia 11 de junho de 2018, e a morte de Orlando da Silva Fernandes, de 41 anos, mais conhecido como bomba, fuzilado no início da noite do dia 26 de outubro do ano passado, no cruzamento da Rua Amazonas com a Rua Enramada, no Jardim Autonomista. Ele era suposto segurança do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, assassinado em 2016, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

“É possível que haja uma relação entre os casos por conta do modo de ação dos executores e do tipo de arma usada. Inclusive, esperamos laudo da perícia para saber se as mesmas armas foram usadas nestes casos, o que poderia levar à mesma autoria, mas ainda é cedo para fazer qualquer constatação”, ressaltou. Na casa de Paulo Roberto, foram apreendidas cápsulas de calibre 762, o mesmo usado nas demais execuções.

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