Depois de um ano, a delegada Joilce Silveira Ramos deixa o comando da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, para assumir a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Aquidauana. Ela pediu a transferência para ficar mais perto da família. 

Em seu lugar assume a delegada Fernanda Félix Carvalho Mendes, que já autuou na Deam em outras três ocasiões e recentemente estava na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude). Em processo de mudança, Joilce disse estar agradecida pela oportunidade que teve na Capital.

Delegada quer manter duas frentes no combate à violência contra a mulher
Joilce deixa a Deam para assumir a DAM em Aquidauana. Foto: Leonardo de França

 “Já fui da regional e da primeira delegacia de Corumbá, já fechei boca de fumo e subi morro com o exército, mas nada se compara ao trabalho na Deam. A grande quantidade de ocorrências, o fluxo de atendimento, a gravidade dos casos e a fragilidade das vítimas exigem uma resposta imediata do Estado. Agradeço pela oportunidade e tenho certeza de que deixo a unidade com sentimento de missão cumprida”, disse a delegada.

Somente em 2019, até a data desta sexta-feira, a Deam registrou 5.175 boletins de ocorrência, prendeu 283 agressores por força de mandado de prisão, prendeu outros 340 em flagrante, esclareceu cinco de cinco feminicídios registrados, instaurou 2.730 inquéritos, relatou 2.702 inquéritos e solicitou 2.700 medidas protetivas. 

Fernanda promete responder à altura e pretende manter o legado deixado pelas outras delegadas que chefiaram a unidade desde a instalação na Casa da Mulher Brasileira, sendo elas Rosely Molina, Ariene Murad e Joilce. “Vemos uma grande evolução no trabalho delas”, disse.

Delegada quer manter duas frentes no combate à violência contra a mulher
Delegadas fala sobre a mudança e a quantidade de atendimento na Deam. Foto: Leonardo de França

 O objetivo da nova titular é manter duas frentes de trabalho. A primeira, é por meio do trabalho repressivo que consiste na investigação e indiciamento dos agressores. O segundo, é por meio da difusão de conhecimento, em caráter pedagógico, mostrando para as mulheres os direitos que elas têm e os dispositivos legais para garantir a segurança delas.

 “A repressão é nossa atividade fim, mas também queremos instruir as mulheres, por meio de palestras preventivas, para que tenham conhecimento de que devem procurar a polícia o quanto antes, desde o primeiro sinal de violência, a fim de evitar o mal maior, no caso o feminicídio”.