O avião que fez um pouso forçado com os apresentadores Luciano Huck e Angélica estaria voando com o capacitor instalado de forma invertida. Isso teria feito o motor ‘morrer no ar', fazendo com que o piloto fizesse um em Mato Grosso do Sul. A investigação criminal é conduzida pela delegada Ana Cláudia Medina, da (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado).

Conforme Medina, o capacitor de combustível é uma peça importante do avião e consta no relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que essa peça estava instalada de forma invertida. A aeronave era ocupada pelos apresentadores, os três filhos, duas babás e dois pilotos. Osmar Frattini, que pilotava o avião deve prestar esclarecimentos para a Polícia Civil.

A polícia não descarta ainda, a reprodução simulada dos fatos, mas não informou data que irá ocorrer. “Temos um erro de manutenção e precisamos apurar o que de fato aconteceu, inclusive conversando com o piloto, que é o profissional responsável por realizar alguns procedimentos antes de decolar”, destaca Medina. A aeronave, conforme a Polícia Civil, passou por dois profissionais para manutenção antes de decolar.

Relatório da Cenipa mostrou que uma pane seca causou o acidente da aeronave EMB-820C Carajá onde viajavam o casal de apresentadores e a família, no dia 24 de maio de 2015. Segundo o relatório, não havia nenhuma evidência de fogo em voo ou após o impacto. Com a falta de combustível no início da descida para o pouso no aeródromo de , o piloto Osmar Fratini teve que fazer um pouso de emergência próximo da BR-080, na Fazenda Palmeiras, em Rochedo, cidade a 84 quilômetros de Campo Grande. Todos retornavam da Estância Caiman no onde Angélica gravou o programa Estrela.

Segundo o Cenipa “a aeronave decolou da estância Caimam, com destino ao aeródromo de Campo Grande, quando, por volta das 13h15, para um voo de transporte de passageiros, com dois pilotos e sete passageiros. Após 35 minutos de voo, a aproximadamente 43 milhas náuticas do destino, no início da descida, ocorreu o apagemento do motor esquerdo. Devido à incapacidade de manter a altitude, a tripulação realizou o pouso forçado na fazenda. Os dois tripulantes e os sete passageiros sofreram ferimentos leves”.

A Cenipa também relata falhas em relação a manutenção da aeronave:

Apesar de o manual de Serviços, MS-NE-821/003, Rev 09 de 22FEV2007, prescrever que os sensores de combustível deveriam ser inspecionados quanto ao estado geral e segurança, nas inspeções de 500 e 100 horas, nenhuma escrituração relativa ao sistema de combustível foi encontrada nas cadernetas de manutenção.

A inversão dos sensores de nível de combustível da asa esquerda resultou em uma indicação nos liquidômetros de quantidade superior a real e resultou no apagamento do motor esquerdo.

A rotina operacional da tripulação não era supervisionada pela empresa, cabendo à tripulação o planejamento dos voos. A própria tripulação planejava os voos de acordo com o destino e o tipo de missão. A responsabilidade e a autonomia eram dadas ao comandante para decidir sobre a realização ou não de voos, sendo o mesmo responsável por analisar e julgar as condições para tal.