Até quando? A cada hora uma mulher é morta no Brasil

No Estado 600 BO são registrados por mês

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

No Estado 600 BO são registrados por mês

“Ele falou que se eu não ficar com ele, não ficaria com mais ninguém”…., “Ele disse que como era casada com ele tinha a obrigação de manter relações sexuais com ele”. Discursos que soam como absurdos em uma época em que a mulher conseguiu liberdade e equidade perante o homem na sociedade.

Mas, a violência contra a mulher ainda é um capítulo, uma história não passada a limpo, se o que vemos são números assombrosos. A cada uma 1 hora e 12 minutos uma mulher é morta no país, e a cada 11 minutos um estupro acontece.

E casos de repercussão de feminicídios e violência contra a mulher demonstram que ainda vivemos em uma sociedade em que a mulher é vista como um acessório, onde a qualidade de vida é inferior ao do homem, como diz a antropóloga Tânia Mara, “Não se nasce mulher, mas morre-se por ser mulher”.

Nos últimos 30 anos mais de 90 mil mulheres morreram no Brasil, por causa da violência doméstica. E com um cenário tão assombroso, como a realidade pode ser mudada? E será que ela pode ser mudada?.

Campanhas contra a violência doméstica são feitas sistematicamente para tentar encorajar as vítimas a denunciar seus agressores e mostrar que elas podem deixar a condição de mulheres agredidas.

O abuso que começa com um xingamento pode evoluir para a morte e casos de feminicídios não são raros no Estado. O último aconteceu no dia 17 de outubro quando o Policial Militar aposentado matou em sua residência Kátia Valejo, de 35 anos, com três tiros, que atingiram a cabeça e tórax.

Em depoimento, o policial alegou legitima defesa, já que a mulher teria tentando matar ele com sua arma, mas ele teria conseguido dominá-la e tirar dela o revólver efetuando os disparos. Os dois tinham um relacionamento esporádico, onde se encontravam para manter relações sexuais.

Mais de 55% das ações em andamento na Justiça são de violência contra a mulher, nos últimos 12 meses quase 16 mil casos registrados, em Mato Grosso do Sul colocando o Estado em 5º lugar na violência contra a mulher. “Mortes e agressões que poderiam ser evitadas oferecendo acesso a Justiça às mulheres”, fala Tânia Mara.

E quando se veem números tão altos vem à pergunta, “Até quando?”.

Conteúdos relacionados