Especialista diz que mortes de inocentes em operações policiais podiam ser evitadas
Quatro pessoas morreram só em novembro nessa condição
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Quatro pessoas morreram só em novembro nessa condição
Apenas no mês de novembro, quatro pessoas inocentes morreram durante operações policiais em Campo Grande e de acordo com o sargento Orlando Mattos, do Batalhão de Choque, que conta com cursos especializados na área de trânsito, esta situação poderia ser evitada.
O militar afirma que os casos são lamentáveis, mas ele aponta que a legislação de trânsito já orienta os motoristas quando da aproximação de carros oficiais com sirene e giroflex ligados. “Temos que lamentar essas mortes e não podemos generalizar, mas o que dá pra falar é que os motoristas de Campo Grande, muitos, além de desatentos ao que acontece à sua volta, desconhecem a legislação de trânsito”.
Com curso de instrutor de trânsito; curso superior de educação e segurança no trânsito e ainda curso ministrado por técnicos do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) o Sargento Mattos aponta o artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro, que em seu capítulo III das normais gerais de circulação e conduta, específica no item VII, que quando os veículos oficiais estiverem com os dispositivos (sirene e giroflex) acionados, todos os condutores deverão deixar livre a passagem da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário.
Nos casos como o registrado no dia 10 deste mês, quando perderam a vida Antônio Muniz, Adriano Souza Oliveira e Aparecida Rodrigues de Azevedo, atingidos por uma viatura da Polícia Federal que estava perseguindo um outro veículo no macroanel rodoviário, o ideal seria que os condutores buscassem o acostamento ou parassem seus veículos. “Mas pode ser que eles não tiveram nem tempo de ter qualquer tipo de reação”, afirmou o especialista em trânsito.
Já no caso registrado no último domingo (22), na qual além de um dos suspeitos morreu também Hediene Souza Queiroz de Araújo, a situação é considerada atípica, pois segundo policiais que participaram da operação, os condutores da caminhonete, que fugiam da polícia teriam jogado de propósito o veículo em direção à moto com objetivo claro de desviar a atenção policial.
“Neste caso não dá nem mesmo para citar qualquer norma de trânsito para a vítima pois segundo algumas testemunhas, foi uma agressão dos ocupantes da caminhonete que estava em fuga”, afirmou Mattos.
Por outro lado, um oficial da Polícia Militar que não quis se identificar, afirmou que no código militar não existe a palavra “perseguição” e sim “acompanhamento tático”.
“O certo é os policiais que estão em uma ocorrência fazerem o acompanhamento do veículo envolvido e solicitar o reforço para que seja feito um cerco e os suspeitos detidos de forma segura. Uma perseguição em alta velocidade sempre resulta em riscos”, afirmou.
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