‘Ele entrava e saia da cadeia com muita facilidade’, diz família de jovem morta em Ribas

Vítima tentou retirar queixa da delegacia

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Vítima tentou retirar queixa da delegacia

A família de Isis Caroline da Silva, de 24 anos, denunciou para a equipe do Jornal Midiamax que Alex Arlindo Anacleto de Souza, de 32 anos, ‘entrava e saia da cadeia com muita facilidade’. “Todo mundo sabia que ele não prestava, tanto que agora estão mostrando a ficha dele, mas quando minha irmã procurou a delegacia para denunciar isso, ninguém a ouviu”, desabafa a irmã da vítima, Ingrid Aparecida de Oliveira da Silva, de 32 anos, que atualmente mora na Espanha.

Ela relata que Alex era agressivo, perseguia e não aceitava ser contrariado. “Ele foi preso uma vez, mas no outro dia já estava na rua. A gente sabe disso, porque ele foi direto da cadeia para a casa da irmã, para perturbar ela de novo”, comenta.

Ingrid revela que a irmã procurou a delegacia para retirar a queixa. “Ela estava sendo coagida e tinha muito medo dele. Ela fez isso, depois de outro episódio que passou nas mãos dele”, diz.

Isis foi sequestrada, torturada e estuprada em agosto de 2014. “Ele marcou um encontro com ela para conversar, com medo, ela preferiu um lugar movimentado. Então eles foram em uma choperia em Três Lagoas”, revela o início das agressões.

“Mesmo com o público que estava por lá, ela foi arrastada para o carro. Na BR-262, ele parou o veículo e tentou estuprá-la, mas ela reagiu, então ele bateu a cabeça dela por várias vezes contra o vidro do carro. Depois, a levou para a casa dele, onde minha irmã apanhou novamente e foi estuprada. Não satisfeito, ele cortou o cabelo dela com uma faca e depois raspou”, denuncia.

“Com tudo isso, ninguém olhou por ela”, fala e completa, “ele a perseguia, por isso ela se mudava tanto e trocava o número do celular. Dias atrás ele ficou rondando o condomínio onde ela mora e chegou a perguntar para alguns moradores sobre a vida dela, como, ‘com quem ela morava’, ‘que horas chegava’, ‘se recebia visitas’”.

Indignação

Ingrid relatou também que no dia em que os sobrinhos foram encontrados sozinhos dentro do apartamento, a família suspeitava que algo havia ocorrido. “Ela conversava direto com minha mãe por telefone, mas na segunda-feira (1º), a partir das 16 horas, minha mãe não conseguiu mais contato. Então na terça-feira (2) pela manhã, meu pai foi ver a minha irmã e encontrou as crianças sozinhas”, explica.

No mesmo dia, a família procurou a delegacia. “Minha irmã nunca abandonou os filhos e isso era muito estranho. Minha mãe foi no mesmo dia denunciar isso na Casa da Mulher Brasileira, então no outro dia de manhã, eu liguei aqui. Em Campo Grande era umas 6 horas e lá na Espanha já eram 11 horas, um rapaz atendeu a ligação e disse que não tinha registro nenhum de desaparecimento e mesmo se tivesse, as investigações começam a ser realizada depois 48 horas. Como assim? Minha irmã morreu no mesmo dia que foi levada da casa dela”, afirma. 

Ingrid teme pelas sobrinhas e revelou que vai entrar com o pedido de guarda. 

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