Aluna denuncia assédio de guarda e caso é registrado como ‘perturbação’

Menina afirma que ofensas são constantes

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Menina afirma que ofensas são constantes

Um guarda municipal de 46 anos, responsável pela segurança de uma escola pública na Vila Santa Luzia, está sendo acusado por uma adolescente de 15 anos, estudante da unidade, de assédio. Segundo os relatos da garota, por volta das 9h05 desta quarta-feira (2), o servidor teria ido para cima dela, depois de falar palavras ofensivas.

“Eu estava comendo um salgado, enquanto andava na rua, e de repente ele apareceu e já veio para o meu lado falando: Que delícia de salgado, me da um pedaço”. Segundo a menina, a agressão só não foi maior, porque a menina ameaçou chamar a polícia, e isso teria amedrontado o guarda.

A adolescente explicou que não é a primeira vez que o servidor ‘mexe’ com ela, e que também não é a única ofendida. “Ele faz isso com todas as meninas, e até conversei com a professora e ela disse que iria falar com a diretora”, comenta a jovem, ao dizer que nunca deu maior importância, porque não achava os ‘elogios’ muitos agressores até o momento.

Segundo a menina, o fato se tornou mais assustador porque ela foi pega de surpresa, em uma rua deserta, em um momento de distração. “Eu nem fui a aula hoje, e estava indo para a casa da minha avó quando tudo aconteceu. Ele chegou do nada, fardado e a pé. Eu fiquei sem reação na hora”, conta.

Depois do ocorrido, a menina disse que saiu correndo, desesperada e chorando, e foi socorrida pelo presidente do bairro, que levou-a até a escola, onde sua avó foi acionada pela diretora, e depois encaminhada, junto com a responsável, para a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente).

Já no boletim de ocorrência, o servidor disse que a menina estava matando aula, e que foi questionar se ela voltaria para a escola, e depois apenas perguntou se o salgado estava gostoso. O delegado Paulo César Lauretto explicou que o caso foi registrado como Perturbação de Tranquilidade, e que neste caso não cabe maiores investigações. “No máximo o comando da Guarda Municipal será informado e terá uma audiência no juizado especial”, concluiu.

A equipe de reportagem tentou contato com a Prefeitura de Campo Grande e a Guarda Municipal, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. Na escola, uma funcionária confirmou que houve uma confusão entre uma aluna e um guarda, mas não quis dar detalhes do assunto.

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