Universitário de 32 anos morre em confronto entre Polícia Federal e índios

Índios resistiram a desocupação e policiais fizeram disparos. Quatro índios foram baleados. Um deles, o acadêmico de adminisração de 20 anos não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital

Um universitário, baleado no confronto entre a Polícia Federal e os índios em Sidrolândia, a 79 quilômetros de Campo Grande, morreu, há pouco, no Hospital Beneficente Elmiria Silvério Barbosa. Ele foi um dos quatro índios baleados na desocupação das fazendas Cambará e Buriti.

A desocupação começou de manhã e conta com a participação da PF, Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e Polícia Militar. Apesar do Corpo de Bombeiros estar no local, os baleados foram encaminhados ao hospital pelos índios.

Dos quatro baleados, um idoso de 70 anos teve alta. Ele foi ferido na perna. Outros dois índios foram atingidos nas mãos e pernas, mas não correm risco de morte.

Já o estudante de Administração Josiel Gabriel, de 32 anos, morreu no hospital. Ele foi atingido por tiros no peito, segundo Rodrigo Kuniko, da Granja Nossa Senhora de Fátima, que ajudou a socorre-lo até o hospital.

Segundo o vereador Cledinaldo Cotócio (PP), que deixou a área de conflito há pouco, o clima é de guerra. Policiais federais chegaram atirando, segundo o parlamentar. Ele disse que os índios, em torno de 3 mil pessoas, insistem em ficar na área e tentam resistir a reintegração com arcos e flechas.

A Polícia Federal informou, por meio da assessoria, que não pode confirmar a morte do índio. Houve dispersão dos índios com o uso de gás lacrimogêneo. A corporação confirmou o disparo de tiros, mas que teriam sido de armas não letais. Os policiais soltaram bombas de efeito moral.