CPI quer convocar presos envolvidos com tráfico de pessoas na região da Usina de Belo Monte
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara dos Deputados deverá aprovar na terça-feira (19) requerimento para a convocação de dois homens presos hoje (14) em Altamira, no Pará, durante operação das polícias Militar e Civil, que libertou 15 jovens entre mulheres e travestis e uma menor de idade de um […]
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara dos Deputados deverá aprovar na terça-feira (19) requerimento para a convocação de dois homens presos hoje (14) em Altamira, no Pará, durante operação das polícias Militar e Civil, que libertou 15 jovens entre mulheres e travestis e uma menor de idade de um prostíbulo local. O requerimento foi apresentado à comissão pelo presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).
Jordy informou que a comissão também vai apreciar na terça-feira o requerimento com convite às jovens libertadas para que prestem esclarecimentos, além de definir uma data para que os integrantes da CPI possam ir a Altamira com o objetivo de verificar a situação na região devido ao grande fluxo migratório nos últimos meses. Segundo ele, cerca de 50 mil pessoas chegaram à região por causa das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte nos últimos seis meses, “sem o mínimo de aparelhamento do Poder Público para receber essas pessoas”.
O objetivo dos depoimentos, de acordo com o deputado, é colher e reunir informações para o aperfeiçoamento da legislação brasileira e também buscar saídas para o fim do tráfico de pessoas. Jordy informou que, com a oferta de emprego na região, cresceu também a prostituição, o tráfico de drogas e o alcoolismo, e não houve contrapartida do Estado para enfrentar esses problemas. “A tragédia foi anunciada”, disse.
De acordo com o presidente da CPI, cinco das mulheres liberadas, e que eram mantidas em cárcere privado, são catarinenses e foram recrutadas sob a promessa de ganhos altos para trabalharem em uma boate perto do canteiro de obras da usina. Jordy informou que as demais mulheres são do Rio Grande do Sul e do Paraná.
“Esse é mais um exemplo de que as quadrilhas especializadas neste tipo de crime não dão trégua. E, especificamente, no caso de Altamira, o tráfico humano e a prostituição estavam bem próximos de um empreendimento do governo federal. Temos notícia do conselho tutelar de que o número de bordéis quadruplicou após a instalação deste canteiro de obras”, disse Jordy.
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