Itamaraty: 80 brasileiros escaparam da guerra na Ucrânia; outros 100 permaneceram

Os principais destinos da comunidade brasileira foram a Polônia e a Romênia, países fronteiriços

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Agência Estado
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O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo, dia 27, que já auxiliou 80 brasileiros a escaparem da guerra na Ucrânia, provocada pela invasão militar da Rússia, há quatro dias. Os principais destinos da comunidade brasileira foram a Polônia e a Romênia, países fronteiriços.

O Itamaraty disse que a embaixada em Kiev, capital da Ucrânia, possui registros em lista de outros 100 brasileiros, que permanecem em território ucraniano. Antes da invasão russa, a comunidade brasileira na Ucrânia era estimada em aproximadamente 500 pessoas, um grupo pequeno, conforme dados do governo federal

Servidores do Itamaraty foram mobilizados para localizar brasileiros na Ucrânia e auxiliar na saída para países do entorno. Parte deles foi deslocada de outros postos para reforçar os trabalhos de assistência consular no Leste Europeu, em auxílio às embaixadas brasileiras na Romênia e na Polônia, além da situada em Kiev.

Na capital ucraniana, o objetivo é “verificar a situação pessoal de todos, condições de segurança nos locais onde estão abrigados e possibilidade de eventual evacuação”. Segundo o Itamaraty, os resgates estão sendo feitos “quando as condições permitirem”, dentro do plano de contingência elaborado pela embaixada em Kiev, atualizado no mês passado. “Nos primeiros dias, ante a falta de condições de segurança, estamos implementando a evacuação segura e ordenada”, disse o Ministério das Relações Exteriores.

O ministério informou que há funcionários da embaixada brasileira em Chernivtsi, perto da fronteira ucraniana com a Romênia. A embaixada do Brasil na Romênia providenciou um ônibus para transladar brasileiros da fronteira ucraniana para a Romênia. A embaixada também estabeleceu um posto avançado na fronteira com a Moldávia, que fica no caminho entre Kiev e a Romênia, para recepcionar os brasileiros que porventura cheguem de forma avulsa àquela região fronteiriça, como os diversos brasileiros que deixaram a zona de guerra por conta própria.

A embaixada brasileira em Varsóvia, na Polônia, também tem auxiliado brasileiros em rota de fuga da guerra. O Ministério das Relações Exteriores enviou oito servidores a Varsóvia, capital da Polônia, para auxiliar brasileiros em fuga da Ucrânia A embaixada em Varsóvia está em contato direto com nacionais que se encontram nas cercanias de Lviv. Já estão naquela área ônibus providenciados pela embaixada brasileira para traslado à capital.

Pela orientação da pasta, os cidadãos do Brasil que estão próximos da fronteira da Polônia devem entrar em contato com o plantão da embaixada brasileira no país, sediada em Varsóvia. Representantes do governo brasileiro se encontram na região de fronteira em contato regular com autoridades polonesas.

Segundo o Itamaraty, “o governo brasileiro aguarda manifestação dos interessados no sentido de retornarem para o Brasil, onde foram colocadas à disposição duas aeronaves da Força Aérea Brasileira”. Os aviões ainda estão no Brasil. O governo não deixou claro para onde as aeronaves KC-390 vão se deslocar, a fim permitir o embarque de brasileiros e outros cidadãos sul-americanos.

Nos últimos dias, residentes brasileiros na Ucrânia têm tido dificuldade para deixar o país. Neste domingo, a embaixada do Brasil em Kiev – a capital da Ucrânia, que está sofrendo cerco das tropas da Rússia – deu orientação para que ninguém saia de casa “sob nenhuma hipótese pelo menos até as 8h de amanhã (28/2), enquanto dura o toque de recolher”. Segundo a embaixada, até lá “não há possibilidade de embarque em trens ou qualquer outro meio de transporte”.

Para brasileiros ainda localizados na Ucrânia, o Itamaraty recomenda a “todos que tenham condições de segurança que procurem deixar a Ucrânia por meio de trens, em direção oeste”. Segundo o ministério, ainda que com alguns atrasos, os trens têm funcionado de forma bastante frequente e segura na maior parte do país. A ressalva é que os horários muitas vezes só são confirmados de última hora. Por isso, a embaixada aconselha aos brasileiros que “se dirijam às estações centrais de trem quando não houver toque de recolher e esperem os anúncios lá”.

Pela orientação da pasta, os brasileiros que forem às estações de trem “devem tentar ter consigo água e comida suficientes, porque as viagens até fora da Ucrânia demoram (às vezes 1 ou 2 dias, dependendo da origem), e também porque há a possibilidade de atrasos”.

 

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