Presidente interino do Peru, Manuel Merino renuncia após protestos

O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou neste domingo, seis dias após assumir o cargo, depois de protestos contra o governo deixarem mortos. “Eu apresento minha renúncia irrevogável”, disse Merino em discurso televisionado. “É hora de paz e unidade.” Peruanos celebraram sua renúncia, comemorando nas praças de Lima e buzinando em seus carros. O […]

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O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou neste domingo, seis dias após assumir o cargo, depois de protestos contra o governo deixarem mortos. “Eu apresento minha renúncia irrevogável”, disse Merino em discurso televisionado. “É hora de paz e unidade.”

Peruanos celebraram sua renúncia, comemorando nas praças de Lima e buzinando em seus carros.

O Congresso do Peru deve apontar um novo chefe de Estado. Merino assumiu o cargo na última terça-feira, após parlamentares retirarem do poder o então presidente Martin Vizcarra por acusações de corrupção, que ele nega. Merino era presidente do parlamento, e o próximo da linha de sucessão para o lugar de Vizcarra, que não tinha um vice-presidente.

A maioria dos peruanos se revoltou com a remoção de Vizcarra, vendo-a como uma tentativa de captura de poder dos parlamentares para a proteção de seus próprios interesses e para impedir investigações sobre suas próprias atividades.

Mais de 12 ministros do governo apresentaram suas renúncias após dois homens na casa dos 20 anos morrerem ontem e outras dezenas se ferirem quando a polícia reprimiu manifestações em Lima.

Merino negou que seu governo interino seja responsável pela pior crise política do país em duas décadas. Ele culpou políticos de oposição por organizar os protestos e disse que os peruanos que foram às ruas estavam frustrados após um dos piores surtos de covid-19 do mundo. Ele diz que jovens peruanos estavam protestando por raiva da falta de empregos, e não por oposição ao seu governo e à remoção de seu antecessor.

A economia peruana deve ter contração de 14% este ano, de acordo com o FMI, a maior queda em mais de um século.

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