Críticos dizem que armas criarão atmosfera de medo 

Estudantes universitários no Estado americano do Texas podem portar armas dentro da sala de aula, segundo uma nova legislação que acaba de entrar em vigor.

A polêmica lei divide opiniões.

Seus autores dizem que o porte de armas dentro dos campi é “crucial” para a autodefesa dos estudantes, pois poderia impedir massacres com armas de fogo como muitos a que o país já assistiu.

Só neste ano, já houve 12 ataques desse tipo em universidades americanas, segundo a organização Every Town Research.

“É uma questão de proteção individual”, opina a estudante Antonia Okafor, que pretende andar armada na Universidade do Texas em Dallas na volta às aulas.

— Eu tenho aulas até as 10h da noite, vou a pé para casa passando por uma área principalmente residencial, mas onde a violência sexual continua ocorrendo. O perigo pode estar em qualquer lugar.

Os críticos dizem que as armas criarão uma atmosfera de medo dentro das universidades e podem ameaçar a liberdade de expressão.

“Segundo as estatísticas, é mais provável que as armas de fogo sejam usadas em suicídios ou disparadas por acidente do que em situações de autodefesa”, argumenta Jessica Jin, aluna da Universidade do Texas e integrante da campanha contra a lei.

— É um desrespeito total com a história da nossa univeridade, e uma violação total da missão das universidades, que é fazer do mundo um lugar melhor e mais seguro.

Legislação semelhante já existe em outros sete Estados americanos.

No Texas, a lei entrou em vigor no aniversário de 50 anos de um massacre histórico dentro de um campus.

Em 1º de agosto de 1966, o ex-fuzileiro naval Charles Whitman, de 25 anos, matou 14 pessoas dentro da Universidade do Texas em Austin, disparando do alto da torre do relógio. Antes de seguir para o campus, ele tinha matado a mulher e a mãe.