Na cara dura, BBB estabelece intervalos para disfarçar proteções e preparar “sessão redenção” de rejeitados

Falas e comportamentos montados de eliminados para se apresentar ao público acabaram com a credibilidade do programa

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Nunca foi praxe do Big Brother Brasil abrir um intervalo entre o anúncio do eliminado da noite e sua conversa com o apresentador nos estúdios do programa.

A moda começou no dia da eliminação de Karol Conká. Por motivos óbvios e preocupantes, a Globo se viu obrigada a abrir um break e preparar a cantora para falar ao vivo e não se queimar ainda mais.

Na cara dura, Karol apresentou nitidamente um discurso pronto de arrependimento, “reconhecendo” seus erros no reality. Depois disso, os intervalos pararam de acontecer.

Até que chegou a vez de Projota. Novamente, sem qualquer pudor, a emissora repetiu a estratégia e os efeitos foram iguais: tudo muito forçado.

Percebendo que deu muita bandeira ao privilegiar os famosos com intervalos comerciais para roteirizá-los sobre sua limpeza de imagem, a direção do programa decidiu que a partir de então, todas as eliminações passariam a contar com essa pausa, a fim de disfarçar as jogadas obscuras dos bastidores.

Sessão redenção

Nesta terça-feira (08), Rodolffo Matthaus foi o eliminado que passou pela “sessão redenção” para amenizar a rejeição do público. Acusado de vários preconceitos e principalmente de racismo nos últimos dias, em questão de instantes o sertanejo mudou absolutamente toda sua postura e opiniões quando entrou ao vivo com Leifert após o comercial de 6 minutos.

5 ou 6 minutos são suficientes para preparar alguém para se defender? Até demais. Com toda essa cena montada, especialmente para os famosos, o esquema de salvamento de carreiras tem tornado o programa vexatório. Falas e comportamentos montados para se apresentar ao público, ao vivo, acabaram com a credibilidade do reality.

Isso faz com que ninguém seja real. Após a eliminação, todos estão sendo montados para dizer o que o povo quer ouvir e se portar como o povo quer ver. É proibido ser de verdade. Que protocolo é esse? Que BBB é esse? E, principalmente: que país é esse que aceita e compra esses comportamentos sem um pingo de sinceridade?

Reality show pressupõe um “show de realidade”, tudo que não temos visto nem de perto nesta edição.