Novelas atuais da Globo não conseguem empolgar o telespectador

A teledramaturgia em geral atravessa um momento delicado. Há um gradual desinteresse dos noveleiros em acompanhar rigorosamente as tramas. Antes, cada capítulo era ‘imperdível’. Agora existe uma oferta tão grande de opções de entretenimento, incluindo a programação dos canais pagos e a infinidade de conteúdo da internet, que a novela perdeu boa parte do poder […]

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A teledramaturgia em geral atravessa um momento delicado. Há um gradual desinteresse dos noveleiros em acompanhar rigorosamente as tramas. Antes, cada capítulo era ‘imperdível’. Agora existe uma oferta tão grande de opções de entretenimento, incluindo a programação dos canais pagos e a infinidade de conteúdo da internet, que a novela perdeu boa parte do poder de atração. Deixou de fazer parte da rotina da maioria das famílias.

Outro fator é a preferência do público por acompanhar séries e seriados. Exibido semanalmente e em temporadas, este tipo de programa é mais inovador no formato e surpreendente nas histórias do que a novela diária. Ninguém mais fica inerte diante da TV, absorvendo aquilo que é oferecido sem contestar a qualidade. O telespectador de novela está cada vez menos fiel ao produto. Não pensa duas vezes em trocá-la por uma atração mais interessante.

Os primeiros nove capítulos de ‘Geração Brasil’ resultaram na média de 21.9 pontos de ibope. A novela anterior, ‘Além do Horizonte’, terminou com 20 de média. Apesar de sinalizar uma ligeira recuperação de audiência na faixa das 19h, a trama sobre tecnologia ainda não empolgou os telespectadores.

Havia uma expectativa exagerada em relação à nova trama, já que os autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira foram responsáveis pelo último grande sucesso no horário: ‘Cheias de Charme’, a novela das empreguetes, exibida em 2012, com média geral de 30 pontos.

‘Geração Brasil’ apresenta personagens bem construídos, ritmo acelerado, efeitos visuais inovadores, trilha empolgante. Porém não emplacou. Cedo demais para avaliar? Pode ser. Por enquanto, a novela falhou em estabelecer um vínculo forte com o público, como aconteceu de imediato com as carismáticas empregadas Penha (Taís Araújo), Cida (Isabelle Drummond) e Rosário (Leandra Leal).

A trama das 18h, ‘Meu Pedacinho de Chão’, não é o desastre de ibope que muitos previram. Os primeiros 34 capítulos alcançaram média de 17 pontos. Apenas um a menos do que a média geral da antecessora, ‘Joia Rara’. Contudo não se configura (ainda) um fiasco de audiência. Ainda mais por se tratar de um projeto tão conceitual e ousado na linguagem — e, nas últimas duas semanas, a trama cresceu em audiência.

Já ‘Em Família’ é considerado um caso perdido pela cúpula da Globo. Tudo foi feito para amenizar o fracasso da novela, sem resultado satisfatório. A média dos 88 capítulos exibidos até quinta-feira (15) é de 29 pontos. São seis pontos a menos do que o folhetim anterior, ‘Amor à Vida’. Restam 61 capítulos para que o autor Manoel Carlos e sua equipe tentem impedir o rótulo de novela das 21h da Globo com o pior ibope de todos os tempos. É uma missão praticamente impossível.