Nesta segunda-feira (25), Inês Oliveira, mãe de Jéssica Canedo, falou pela primeira vez desde a morte da filha, em uma entrevista ao programa Cidade Alerta de Minas Gerais, da Record TV. A jovem morreu aos 22 anos, após ser vítima de fake news e diversos ataques nas redes sociais.

Jéssica Vitória se viu imersa em uma situação inesperada e assustadora após prints de uma conversa falsa entre ela e o começar a circular nas redes sociais. Segundo a mãe da jovem, Jéssica passou a receber diversos ataques de internautas, o que desencadeou vários gatilhos emocionais que agravaram ainda seu quadro de depressão.

Durante a entrevista, Inês relatou que, além das publicações feitas pela filha pedindo que parassem com os ataques, a jovem também enfatizava sempre como aquilo estava afetando sua saúde mental. Sem saber como ajudar a filha, Inês chegou a publicar um vídeo nas redes sociais, pedindo para que deixassem a filha em paz e cessassem os ataques.

Ela chegava aqui chorando e falando: “‘Mamãe pede para eles pararem, porque eu não estou aguentando, faz alguma coisa'. O que eu podia fazer? Eu gravei um vídeo pedindo para eles pelo amor de Deus que parassem. Se eles tivessem parado, a minha filha hoje estaria aqui”, lamentou Inês.

Ainda segundo ela, a filha chegou a mostrar os ataques que estava recebendo os comentários de uma famosa página de fofoca, que agora é apontada pelos internautas como uma das maiores causadoras da morte da jovem.

“Esse tal de Choquei que postou primeiro, eu nem sei o que é esse trem, ela que me mostrou que estavam xingando ela nessa página. Ela já não estava aguentando mais, ela já estava com a cabeça ruim, ela não estava bem, estava doente, temos muitos laudos dela doente, ela não estava bem e isso aí fez com que ela fizesse essa tragédia”, explicou a mãe da jovem.

Na entrevista, Inês pontuou ainda como foram difíceis os últimos dias de vida da filha, que só ficava no quarto, sem querer interagir com outras pessoas, até mesmo as mais conhecidas. Jéssica tinha terminado o ensino médio este ano e havia acabado de se mudar de cidade.

“Ela ficava deitada direto dentro do quarto, todo mundo aqui, os vizinhos, são testemunhas. Ela estava passando por esse período muito difícil com essa depressão, e eu lutando dia após dia, eu passava noites e noites sem dormir vigiando ela para ela não fazer nada e o povo massacrou ela”, contou Inês.

“Foram lá no meu Instagram, pegaram fotos dela, tiraram print das fotos dela no meu Instagram e mentiram dizendo que ela tinha caso com o moço [Whindersson], sendo que nem redes sociais ela tinha, ela falava comigo por telefone, porque nem WhatsApp ela tinha”, explicou.