‘O fim está chegando para mim’: desabafa Tarcísio Meira, aos 84 anos

O ator Tarcísio Meira está em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, com a peça “O camareiro”. Aos 84 anos, o ator segue na ativa, porém, reconhece estar com a saúde debilitada. Tarcísio chega e deixa o teatro na capital paulista de cadeira de rodas. O eterno galã confessa também que o envelhecimento e […]

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Foto: Priscila Prade/ Divulgação
Foto: Priscila Prade/ Divulgação

O ator Tarcísio Meira está em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, com a peça “O camareiro”. Aos 84 anos, o ator segue na ativa, porém, reconhece estar com a saúde debilitada. Tarcísio chega e deixa o teatro na capital paulista de cadeira de rodas. O eterno galã confessa também que o envelhecimento e a proximidade da morte o assusta.

“A morte me assusta. Ninguém gosta de pensar que o fim está chegando. Mas ele está chegando para mim. É triste também lidar com a perda dos amigos. Certa vez, fui receber um prêmio de cinema. Dei de cara com o diretor de teatro Antunes Filho. Foi uma alegria, porque fazia anos que não o via. Eu disse: ‘Antunes, somos sobreviventes’. Pouco tempo depois, o próprio Antunes morreu. A esta altura da vida, muitos colegas da minha idade se foram. Daqui a pouco, vou eu. Talvez eu deixe um vazio nas pessoas”, diz Tarcísio Meira em entrevista à “Veja”.

O ator fala também sobre o longo casamento com a atriz Gloria Menezes, e garante não ter receita para uma união tão duradoura:

“O casamento é entre mim e minha mulher. Isso não se explica nem se comenta. Um casamento é uma coisa muito particular. Eu amo minha mulher, e ela me ama também. Ao menos creio que seja assim, porque ela me aguenta há 56 anos. Um casamento feliz não se faz: ele simplesmente dura. Não somos os únicos, pois tem muita gente com um casamento mais estável que o nosso. Fora do meio artístico, é normal as pessoas ficarem casadas por tanto tempo”.

Quando questionado sobre política, e se votou no PT nas últimas eleições presidenciais, Tarcísio diz que já convenceu a mulher a votar em Lula:

“Não nas últimas eleições. Mas já votei no Lula e convenci minha mulher a votar também. Hoje, está tudo muito confuso, as pessoas ficaram tão enraivecidas. Olha, ando com as duas pernas. Não posso caminhar com a direita sem a ajuda da esquerda, assim como não posso caminhar com a esquerda sem a ajuda da direita. O que estou vendo é que uma perna está brigando com a outra, e esse indivíduo, o Brasil, é capaz de soçobrar. Ora, apenas o saci anda com uma perna só, e, mesmo assim, de vez em quando pega carona com o vento”.

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