Gibiteca leva leitura a Campo Grande embalada na nostalgia
Incentivar a leitura na modernidade é um desafio. Em meio a várias telas espalhadas e viradas para os olhos de adultos e crianças, fica cada vez mais díficil folhear as páginas de um livro. Ronilço Guerreiro viu, há mais de 20 anos, nos gibis, nome popular das histórias em quadrinhos, uma oportunidade de reverter a […]
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Incentivar a leitura na modernidade é um desafio. Em meio a várias telas espalhadas e viradas para os olhos de adultos e crianças, fica cada vez mais díficil folhear as páginas de um livro. Ronilço Guerreiro viu, há mais de 20 anos, nos gibis, nome popular das histórias em quadrinhos, uma oportunidade de reverter a situação e tornar Campo Grande uma cidade de leitores.
Tudo começou depois que Ronilço, hoje professor, psicólogo e coach, trabalhava em um hotel no centro de Campo Grande e teve a ideia de criar a Gibiteca, localizada até hoje na R. Francisco Barbato, 180, com apoio das embaixadas da Austrália e da França.
No início, a biblioteca de histórias em quadrinhos contava com apenas 120 exemplares. Hoje, conta com mais de 20 mil livros e quadrinhos com histórias nostálgicas que fizeram parte da infância de muitos brasileiros, como: Turma da Mônica, Recruta Zero, Pato Donald, e até clássicos como uma história em quadrinhos datada de 1869.
Perseverança
O sonho foi crescendo através de padrinhos que foram aparecendo no caminho de Ronilço por intermédio de pessoas que viam no seu trabalho, um projeto social que tinha uma missão necessária. O mais importante deles foi o apresentador Fábio Porchat, que depois de conhecer o professor em uma aparição no programa Esquenta, de Regina Casé na Globo, se interessou pela causa e se engajou com o projeto.
Com a ajuda de Porchat, nasceu a Gibicicleta, versão móvel da Gibiteca que percorre as ruas de Campo Grande, o projeto Livros Carentes, que distribui livros no calçadão da Rua Barão do Rio Branco, e foram implantas estantes nos terminais de ônibus da Capital. Além disso, o psicólogo apaixonado por leitura deixa livros em parabrisas de carros estacionados em lugares públicos.
“Livro parado não conta histórias. Estamos construindo uma cidade de leitores. Não digo ‘queremos construir’, pois já começamos! As próprias pessoas estão abastecendo as estantes com livros. Precisamos desses pontos de cultura em Campo Grande. Sem cultura, a violência vira um espetáculo”, afirmou Ronilço à reportagem do Jornal Midiamax.
O projeto cresceu tanto que hoje, Ronilço tem seu próprio quadrinho. Em duas versões até o momento, um dos gibis conta a história da Gibiteca e as conquistas do projeto. O outro, em parceria com a Solurb, incita nas crianças o combate à dengue. No futuro, o professor quer fazer mais histórias sobre outras causas sociais como a diversidade.
Doar e Doar-se
Sem obter lucro pessoal ou organizacional para a Gibiteca e projetos ramificados, o projeto idealizado pelo professor amante dos quadrinhos sobrevive de doações. As contas de água, luz e até a gasolina necessária para ir até todos terminais de ônibus são todas pagas com dinheiro do bolso ou de financiadores “padrinhos” da Gibiteca.
Os próximos passos do sonho são a Kombiteca e repintar as paredes e fachadas da Gibiteca, já desbotada depois dos 20 anos de existência. “Temos que refutar a infância e a nostalgia para que as crianças voltem a se relacionar com as outras. Provocar a fantasia nos outros. O sonhar”, reiterou Ronilço Guerreiro.
O professor já recebeu as doações das tintas, porém não tem a mão de obra necessária para que as pinturas sejam refeitas. Toda ajuda é bem-vinda. Já a Kombiteca será uma kombi adaptada para levar livros e gibis para os lugares mais distantes de Campo Grande. As doações podem ser feitas AQUI.
Serviço
A Gibiteca fica localizada na R. Francisco Barbato, 180 e fica aberta de segunda à sexta em dois horários: no período da manhã, das 7h às 11h, e no período da tarde das 13h às 17h. Mais informações pelo telefone (67) 99996-5748 ou pelo site https://gibiteca.org.br
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