Do exemplo que não teve, Beto fez o caminho inverso para ser um “paizão”
Aos 12 anos de idade, o professor Álvaro Roberto Benedito Ferreira, 59 anos, viu o pai sair de casa, deixando para trás uma mãe com cinco filhos adolescentes. Dois anos depois, ele foi morar com o avô, Lucas Ferreira, de quem acabou herdando o amor pelo esporte. Desde então, o contato com o pai diminuiu […]
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Aos 12 anos de idade, o professor Álvaro Roberto Benedito Ferreira, 59 anos, viu o pai sair de casa, deixando para trás uma mãe com cinco filhos adolescentes. Dois anos depois, ele foi morar com o avô, Lucas Ferreira, de quem acabou herdando o amor pelo esporte.
Desde então, o contato com o pai diminuiu muito. “Era pouco. Às vezes, ia pegar algum dinheiro para minha mãe”, conta Beto. E sobre os momentos que ainda moravam na mesma casa, ele diz que nem tudo foi ausência, mas que há pouca recordação. “Quase nem me lembro, mas era um bom pai. Ele sempre me levava para os treinos de futebol e, quando tinha jogo, me levava no Belmar Fidalgo”, recorda.
Entre pai e filho, a relação era assim, restrita. “Carinho e atenção só da mãe”, conta Beto, que nunca deixou o coração endurecer com as adversidades da vida.
Infelizmente, histórias como esta, de abandono afetivo, representam muitos mais filhos do que podemos imaginar. Mas a vida que eu, Mariana Lopes Ferreira, jornalista que assina esta matéria, trago neste Dia dos Pais é a história da minha família.
Pai de três meninas, de 36, 32 e 8 anos de idade, e avô de uma garotinha de 3 anos, o professor Álvaro Roberto Benedito Ferreira é o meu pai.
E nem precisei passear muito pelas lembranças para encontrar trechos da vida nos quais ele estava lá, presente de todos as maneiras. Da “Barbie Noiva” que ganhei lá por quatro anos de idade, que ele mesmo escondeu atrás da porta do banheiro para eu encontrar e fazer surpresa, às ligações que ainda hoje recebo dele, aos 32 anos, só para saber como estou ou para me dar boa noite.
Ainda tenho viva na memória a lembrança de quando contei aos meus pais do meu primeiro namoradinho, aos 14 aos. Sem nenhuma reserva ou tabu, meu pai sentou comigo, no chão do quarto, e conversou sem pressa sobre aquela nova fase na minha vida.
Lá em casa, quando crianças, os domingos eram de todo mundo amontoado no quarto dos meus pais. Fosse assistindo tv ou fazendo piquenique em cima da cama. E ele tinha colo e abraços para todo mundo.
Acredito que tudo o que ele não recebeu, ele deu, sem reservas ou restrição. Não posso dizer que tenho lembranças ruins do meu avô paterno, apenas não tenho recordações muito afetivas. E talvez seja isso que aconteça também com meu pai em relação ao pai dele.
Mas o que sei é que posso dizer com toda propriedade sobre esse caminho inverso que meu pai fez para se tornar o paizão que sempre foi, amoroso, dedicado, presente, participativo, brincalhão e tantas outras características que o fazem digno do título.
“Comecei a trabalhar com nove anos de idade, sempre tive o meu dinheiro, apesar de não ser muito. Mas via faltar muita coisas em casa, sabia que era difícil para meu pai colocar tudo. Então eu e minha irmã mais velha ajudávamos um pouco. Com vocês, procurei, além de amor e carinho, não deixar faltar nada do básico, dentro do meu orçamento”, pontuou meu pai.
Não tenho como mensurar o tamanho da lacuna que não foi preenchida dentro dele, mas sei que ele jamais transferiu qualquer vazio para mim e mina irmãs. E, talvez, por isso, demorei um tempo para entender que os pais também podem errar. E vão!
Agora adulta, entendo o que o Fábio Junior queria dizer quando escreveu “você foi meu herói, meu bandido, hoje é mais, muito mais que um amigo”. Mas, acima de tudo, enxerguei a importância do alicerce do ninho que ele e minha mãe construíram na nossa família.
Ao meu pai e a todos os homens que pelo menos lutam e se dedicam a percorrer o caminho da paternidade, um “Feliz Dia dos Pais”!
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