La Película: Seis ‘Oscar’ de ‘Mad Max’ mostram o potencial dos filmes de ação
Produção possui direção impecável, e enredo cheio de assuntos atuais
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Produção possui direção impecável, e enredo cheio de assuntos atuais
O diretor George Miller, criador de toda a franquia “Mad Max”, sabe realmente o que faz. Este senhor possui em suas mãos toda a criatividade de um cinema de arte, mas aposta na linguagem que o blockbuster está acostumado. E foi isso (e mais um monte de coisas), que levou “Mad Max: Estrada da Fúria”, a ganhar seis estátuas do Oscar, que aconteceu no dia 28 de fevereiro. O prêmio de Melhor Filme ficou para “Spotlight”, porém isso não tira o mérito de “Mad Max”, e mostra que a indústria cinematográfica pode estar mudando gradualmente. Para o bem. E atenção, muitos spoilers nesse texto. Se você ainda não viu o melhor filme de ação de 2015, corra para assistir.
Se “Mad Max” fosse dirigido/roteirizado por qualquer outro nome (pense em Michael Bay, da franquia de “Transformers”, por exemplo), ele não chegaria perto de nenhum Oscar. Isso porque, para realizar o filme, George Miller se despiu de convenções tanto no enredo quanto na forma de dirigir. As cenas são de uma estética de encher os olhos. Relembre a cena, por exemplo, da “Sandstorm”, a tempestade de areia que engole todos os carros. Aquela imagem assombrosa de um levante de poeira, está ali não somente para nos ensinar que, independente do que o ser humano faça com o planeta, a natureza prevalece. Está ali para que nós possamos nos sentir pequenos diante de tal estética.
A técnica exigida para tal cena é imensurável. O mesmo vale para as cenas de “batalha” sobre rodas. A maioria das cenas de “Mad Max” onde há luta e tensão acontecem sobre carros modificados, totalmente mutantes e cheios de engenhocas voltadas para a destruição. Isso é uma marca registrada da franquia inteira, mas em “Estrada da Fúria”, essas cenas são extremamente simétricas. E nenhuma cena utilizou CGI (os efeitos especiais de computação gráfica). Todas as explosões são de verdade, contrariando a tendência do cinema de ação dos dias de hoje, que é projetar tudo no computador.
As cenas de perseguição de “Mad Max” parecem um balé, com motoqueiros fazendo motocross ao redor de carros gigantes em alta velocidade, homem pendurados em mastros cruzando entre si em direção ao inimigo, a War Machine (Máquina de Guerra, o caminhão que Imperator Furiosa dirige em busca de salvação) dançando por um deserto infinito, enquanto explosões acontecem ao seu redor. Toda a redenção da personagem está no volante de um carro gigantesco e mortal. Tudo isso sem comentar do guitarrista mutante que, amarrado em cordas, lança no ar o som da batalha com riffs de guitarras muito bem orquestrados. Em “Mad Max: Estrada da Fúria”, é dirigir ou morrer.
É possível aproveitar toda a técnica de “Mad Max: Estrada da Fúria” sem sequer entrar no mérito do seu enredo, mas isso não seria justo. Esse filme mostra que é possível fazer cinema de ação excelente, vendável, sem explorar a figura feminina como um mero objeto decorativo e de embelezamento. E isso é bradado pelas mulheres do filme: “Nós não somos objetos”. Na história, as noivas são as “parideiras”, “esposas” de um tirano assustador, Immortan Joe, que controla uma terra pós-apocalíptica através dos seus recursos como água e gasolina.
O vilão está “sentado” sobre um imenso aquífero e o usa para explorar um mundo doente. Mas sua outra “imperatriz”, Furiosa, se destaca da multidão de escravos e faz tudo que pode para salvar essas mulheres, que como ela, eram extremamente abusadas. Max, o protagonista, é quem colabora com a missão de Furiosa, e percebe que um precisa do outro para que todos sobrevivam. Destaque também para as Vulvalines, a gangue de motoqueiras idosas que outrora vivia num mundo verde e matriarcal, do qual só restou um pântano morto. Mas elas se recusam a viver sob a tirania de Immortan e com suas motos potentes, sobrevivem em meio à poeira. É mais uma recusa das mulheres cansadas do mesmo, cansadas do abuso e da exploração.
Então temos, neste filme vencedor, colaboração mútua entre homens e mulheres, libertação feminina, a importância de conservar nossos recursos… inúmeros temas muito importantes, só que todos eles envolvo de uma estética impecável. E sem falar diretamente sobre tema nenhum, porque ainda assim é um filme de ação. Isso mostra que o segmento pode e deve evoluir, pois tem potencial. Basta deixar o clichê de lado. Basta evoluir nas técnicas e esquecer um pouco do CGI, das convenções e do medo de aprofundar personagens. Tudo que “Mad Max” fez. E fez bonito.
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