Passo a Passo: aprenda a fazer sua própria horta orgânica em casa

É possível ter uma horta até no parapeito da janela, enfileirando vasinhos com ervas e temperos usando as técnicas de cultivo orgânico.

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Não é preciso ser um pequeno produtor ou fazendeiro para aproveitar os benefícios de uma alimentação orgânica na mesa durante as refeições. É possível ter uma horta até no parapeito da janela, enfileirando vasinhos com ervas e temperos usando as técnicas de cultivo orgânico.

Essa maneira de cultivo mais ecológico envolve o uso responsável do solo, do ar, da água e de todos os recursos naturais, com impacto positivo direto na saúde, porque não se utilizam adubos químicos e agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, antibióticos ou transgênicos no cultivo de hortaliças, ervas e frutas.

Mas para conseguir os resultados desejados, é preciso escolher as espécies certas, o local de plantio ou onde colocar os vasos, a iluminação e adubação adequadas, além da irrigação.

Confira abaixo como montar uma horta orgânica em casa:

Para ter uma horta em casa é preciso planejar. Há uma série de fatores que influenciam, desde o local de instalação – se será uma horta em vasos ou um canteiro – até o plantio. Vale fazer um lista de checagem para garantir sua produção orgânica em casa.

E mesmo que demore um pouco para ver os resultados – as plantas crescendo –, persista. Por utilizar produtos que não agridem o solo ou o ambiente, os alimentos cultivados de forma orgânica podem demorar a se desenvolver. Mas você terá frutas, verduras e legumes muito mais saudáveis!

Fase 1 – Escolha do local
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Reprodução/Pinterest

Prefira locais planos ou levemente inclinados, que facilitam o escoamento da água. Mesmo em um apartamento, os vasos ou floreiras devem receber luz solar direta por um período de 4 a 6 horas por dia. O solo deve ser, de preferência, areno-argiloso, ou seja, mais aerado, para o melhor desenvolvimento das raízes. Ao planejar um canteiro, a maior dimensão (comprimento) deve ser disposta no sentido norte-sul, para aproveitar melhor o movimento do sol.

O canteiro deve ficar 20 cm mais alto que o nível do chão, com uma média de 120 cm de largura, e o comprimento conforme o espaço que você tiver disponível, não há limite. Nos canteiros, planeje a distribuição dos plantios desenhando um mapa da área, com a localização de cada sequência de mudas ou sementes e o tempo de colheita, evitando o cultivo sucessivo de uma mesma espécie. É a chamada rotação de culturas. Em vasos, floreiras ou jardineiras: procure apenas identificar quais espécies podem ou não ser cultivadas juntas – o chamado consórcio de plantas.

Fase 2 – Escolha das variedades
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No caso das hortaliças, a temperatura é o fator de maior influência sobre a produção: afeta o desenvolvimento vegetativo, o florescimento, a frutificação, a formação das partes tuberosas ou bulbosas e a produção de sementes.

De um modo geral, as hortaliças encontram melhores condições de desenvolvimento quando o clima é ameno, com chuvas leves e pouco frequentes.

Para o plantio em ambientes pequenos, prefira os vasos e floreiras. Horta vertical: exige também muita luminosidade e espécies que adaptem seu crescimento nesse sentido – ideal é montar em vasos ou floreiras, com ervas e temperos.

O que plantar?

Grandes espaços (sítios e jardins)

Abobrinha, alecrim, berinjela, boldo, brócolis, chicória, couve, couve-flor, ervilha-torta, espinafre, melissa, milho, pimenta, quiabo, repolho, salsão, sálvia, tomate e vagem.

Pequenos espaços (varandas de apartamento e quintais de casa)

Agrião, alface, almeirão, beterraba, capim-limão, cebolinha, cenoura, coentro, endro, estragão, hortelã, manjericão, manjerona, orégano, rabanete, rúcula, salsinha e tomilho.

Quando plantar?

Há frutas e hortaliças que se adaptam bem em qualquer estação do ano, mas quando se fala das hortaliças folhosas a melhor época para cultivá-las é no inverno. O outono também é uma época de menor incidência de pragas e doenças. O importante é que os plantios feitos nesse período tenham ao menos dias ensolarados para conseguir deixar as hortaliças mais vigorosas.

Fase 3 – Prepare o solo
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Correção do solo

O preparo do solo é uma das operações mais importantes para o sucesso do cultivo de hortaliças orgânicas, porque mantém o equilíbrio necessário para garantir um bom desenvolvimento das plantas, capazes de suportar as adversidades (fatores climáticos desfavoráveis, ataques de pragas e doenças, entre outros).

A calagem e a adubação orgânica consistem na aplicação de calcário para a correção da acidez e dos adubos e compostos orgânicos e reparo de eventuais deficiências minerais e melhoria da bioestrutura do solo. A calagem deve ser feita antes do plantio.

Adubação

Na agricultura orgânica a adubação tem como foco o solo, diferentemente da convencional em que o foco é a planta. O objetivo é manter o solo saudável e rico em organismos vivos, benéficos ao solo e às plantas. A adubação orgânica resulta em um processo constante e equilibrado, e não baixa a resistência da planta.

Adubos orgânicos: são produtos de origem vegetal ou animal que fornecem às raízes os nutrientes necessários para o bom crescimento vegetativo, sem danificar o solo. Exemplo: esterco animal, materiais vegetais triturados, compostos, tortas vegetais, etc.

A aplicação deve ser feita na área total dos canteiros, sulcos ou covas, incorporando-se uniformemente. Outro adubo orgânico é o Bokashi, rico em Nitrogênio, Fósforo e Potássio – os três nutrientes-chave para as plantas, vendido em lojas de produtos para jardinagem.

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Passo a passo: Semeadura ou plantio em vasos e floreiras

Escolha um vaso, floreira ou jardineira com diversos furos na base, para escorrer a água da rega. Forre uma fina camada da base com argila expandida. Dica: você pode colocar cacos de telha para ajudar a água a infiltrar melhor e não ficar retida na argila.

Coloque uma camada fina de areia, que faz a função de filtro. Forre com uma manta bidim, brita ou pó de brita para garantir a boa drenagem.

Encha até quase a borda com duas partes de terra, uma parte de “composto orgânico” e uma parte de húmus – deixando uma camada livre de aproximadamente 2cm. Não aperte nem afofe muito a terra, para que não fique compactada e bloqueie a entrada de ar.

Coloque as mudas, sementes ou bulbos na terra, deixando uma distância entre elas, de 2 a 4 cm. Plante as hortaliças como alface, rúcula e agrião na parte central e as ervas e frutas de crescimento mais lento, nos cantos. Assim, você pode manejar melhor o recipiente, sem desperdiçar matéria-prima.

Passo a passo: horta vertical

Após plantar em vasos ou jardineira, você deve prever um local vertical para afixá-los.

Faça furos também atrás do vaso, para colocar um gancho que irá fixa-lo ao painel: pode ser uma treliça de metal, um suporte próprio de alumínio ou uma grade de madeira. Prefira um vaso em forma de meia lua. Assim, a parte reta se apoia na treliça e na parede.

Basta fixar os vasos já furados, com o gancho preso, à parede e encaixar os vasos nos metais para fazer a horta suspensa. Uma alternativa é colocar uma grade de portão ou fazer uma treliça de madeira.

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Dicas importantes

• Escolha o meio onde a planta vai se desenvolver: solo, substratos preparados no local ou comprados;

• Defina como vai plantar: sementes, mudas de estacas, rebentos, bulbos, tubérculos e estolões;

• Use sempre água de boa qualidade para não contaminar as hortaliças e o solo;

• Sol: a planta precisa da luz solar para se desenvolver e produzir carboidratos (glicose, amido) através da fotossíntese;

• Ar: a planta inteira respira (inclusive as raízes);

• Nutrientes: se o solo for pobre em nutrientes, é preciso complementar com adubos;

• Mão-de-obra: a horta é uma atividade que exige cuidados diários, então tenha paciência e disciplina;

• Ferramentas: rastelo, pulverizador, carrinho de mão, regador ou mangueira de borracha, conjunto de ferramentas de jardim (com colheres de transplante e rastelinho), pás (curva, reta), forcado ou gadanho.

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