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MidiaMAIS

Vovô Moacir retorna, após 61 anos, em escola ribeirinha no Pantanal: ‘Contando história aos netos’

Músico, integrante do Grupo Acaba, ressalta que local é inspiração para muitas músicas e ele sempre foi sozinho. Agora, porém, decidiu retornar com os netos e reviver memórias.
Graziela Rezende -
Moacir visitando a antiga escola no Pantanal. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal

O pai saindo para pescar, a mãe cuidando dos 12 filhos, as brincadeiras às margens do Rio e a escola ribeirinha. A lembrança da infância feliz fez Moacir Lacerda retornar inúmeras vezes ao Pantanal, buscando inspiração para escrever canções. No entanto, após 61 anos, o músico e compositor mudou os planos e não foi mais sozinho, levando os netos Miguel e Maitê, de 8 e 11 anos respectivamente, para mostrar a ‘história viva’ e as origens da família.

“Eu tive uma infância humilde, mas, muito feliz. Estudei na escola chamada Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Porto Esperança, no . Fiz a primeira série do primário, tinha sete anos. Era uma sala grande, misturado da 1ª e a 4ª série e ali ficavam todos os alunos ribeirinhos, da manhã e depois de tarde. Na época da cheia, a chegada era através de canoas ou pinguelas, então, a pessoa ia passando até chegar na escolinha”, relembra o artista ao MidiaMAIS.

Moacir levou os netos, Miguel e Maitê, para conhecerem a primeira escola do avô no Pantanal. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal
Moacir levou os netos, Miguel e Maitê, para conhecerem a primeira escola do avô no Pantanal. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal

Tempos depois, Moacir conta que se mudou para e depois , onde estudou na Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado. “Eu sempre mantive os meus princípios trilhados de berço e nos estudos e naquela escola ribeirinha mantive minhas referências de infância, além das belezas do Pantanal. Com isso, compus diversas músicas”, comentou.

Atualmente, Moacir disse que a escola mudou de endereço e funciona onde era a unidade do Exército. “A escolinha puseram uma palafita ali e foi desativado. Só que as recordações ficaram e depois eu segui nos estudos, me formando engenheiro. Das vezes que retornei, conversei com as pessoas que fizeram a escola e falamos do projeto de fazer uma casa de acolhimento cultural e de artesanato para região”, explicou.

Moacir retornou ao local após 61 anos: ‘Emocionante’

Na época da cheia, acesso ao local é somente em canoas ou pinguelas. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal
Na época da cheia, acesso ao local é somente em canoas ou pinguelas. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal

Há alguns meses, no entanto, o “vovô Moacir” foi além e levou os netos. “Essa viagem foi toda documentada. O Higa [fotojornalista Roberto Higa] foi junto e eu levei meus netos. Fui lá após 61 anos, justamente na época em que a estrada está sendo feita e vai ligar Porto Esperança com a rodovia. É um local que ficou praticamente 50 anos isolado e foi algo emocionante de mostrar e contar para os netos”, ressaltou.

Paisagem perto da escola no Pantanal. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal
Paisagem perto da escola no Pantanal. Foto: Roberto Higa/Arquivo Pessoal

Com o fim da pandemia, Moacir fala que também retomou o sonho de transformar a escola em um novo local para os moradores ribeirinhos. “A SSCH, que construiu, já deu a permissão para reforma, então, queremos que ali seja um centro de apoio, de desenvolvimento e ponto de turismo. Mas, em função da pandemia, paramos um tempo e também esperamos a água baixar para brevemente retomar o projeto. Ali é um local que faz parte da memória do Pantanal”, argumentou Lacerda.

Neste momento, Moacir ressalta que a estrada está intransitável. “É uma localidade muito rica em história e cultura. Tenho 72 agora e, sempre que puder, quero retornar com a família. Desta vez, mostrei bastante coisa para os meus netos e contei muitas histórias”, finalizou.

Veja a letra da música Amor de Pantaneiro, escrita por Moacir Lacerda, integrante do Grupo Acaba:

Vencendo rios e lagoas
Quero no Porto chegar
Pensamento na Esperança
Lá meu amor encontrar
Bailar com a linda criança
Que há tempo deixei por lá
Sai na última cheia
Com a comitiva pra cá.

Ela no meu coração
Fez a saudade apertar
Aliviando minhas penas
Noite escura de luar
Ficarei nos braços dela
Até pro ano chegar
Quando na boca da noite
A dor vier me atormentar.

No Porto da Manga
Vou me lambuzá
Morrinhos, saudades matá
E na Figueirinha pra me alegrá
Tião na Sanfona e Lolê violá

Pegá a Noroeste
Rumo a Corumbá
No fim de semana Porto Geral
Agarradinho dançá
No Passo do Lontra pra lá e pra cá

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