Ninguém quis comer? Globo serve sopa paraguaia e chipa em festa de novela ambientada em MS
Nem o Cauã quis comer! Pratos típicos de MS foram servidos aos convidados, mas ninguém se interessou muito por sopa paraguaia e chipa na festa de Terra e Paixão
João Ramos –
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Poxa…! Durante a festa de lançamento da nova novela das nove “Terra e Paixão”, ambientada em Mato Grosso do Sul, a TV Globo serviu aos convidados alguns pratos típicos e indispensáveis da cultura sul-mato-grossense, mas foi difícil encontrar alguém que se interessasse em provar a culinária local mais tradicional.
A festa aconteceu na noite desta segunda-feira (24), em um jóquei clube no Rio de Janeiro e, a convite da TV Globo, o Jornal Midiamax esteve presente: de olho em absolutamente todos os detalhes. Regado a muito luxo, o evento contou com a presença de todo o elenco do folhetim, do autor Walcyr Carrasco, diretor artístico Luiz Henrique Rios, e demais envolvidos.
Todos os artistas foram questionados sobre a vivência em Mato Grosso do Sul durante o período das gravações, em fevereiro. Inclusive os que não vieram também falaram sobre MS.
Nessas conversas, Glória Pires, por exemplo, revelou ao Jornal Midiamax que não experimentou nenhuma guloseima sul-mato-grossense (leia-se sopa e chipa), muito menos o tereré. “Não tomo nada gelado”, justificou.
E parece que não foi só a eterna Maria de Fátima de “Vale Tudo” (1988, TV Globo) que não quis saber de provar nada. Vale destacar que, antes de iniciarem as gravações, os atores tiveram aulas da história de Mato Grosso do Sul e conheceram a gastronomia do Estado na teoria.
Cultura de MS presente
Sabendo disso e disposta a ambientar ao máximo “Terra e Paixão” no Rio de Janeiro, a emissora colocou as marcas registradas da gastronomia de MS nos quitutes da festa de lançamento.
Sim, havia duas mesas fartas de arroz carreteiro, uma assadeira pequena de sopa paraguaia em cada mesa, uma espécie de chipinha e até caldo de piranha, outra famosa iguaria do Estado.
No entanto, foi difícil ver alguém comendo a nossa sopa, beliscando uma chipa, ou ainda saboreando o caldo. Arroz carreteiro com farofa era o que o povo mais servia, praticamente ignorando a sopa que, na realidade, é um bolo salgado.
Nem Cauã Reymond quis saber do prato. Vale lembrar que, em fevereiro, uma moradora de MS tentou entregar uma assadeira para ele.
Ninguém quis comer sopa paraguaia e chipa?
Mas, o que havia nessa sopa paraguaia para ninguém querer comer? Faltou apresentar os pratos e assim despertar o interesse dos demais convidados? De fato, os comes e bebes estavam bem escondidos nas mesas fartas de opções que não se restringiram aos pratos típicos de MS, e não havia nada explicando sobre os preparos. Será que isso ajudou no flop?
Bom, o MidiaMAIS experimentou a chipa e a sopa paraguaia servidas pela TV Globo e constatou que os sabores estavam bons. Com ressalvas. A sopa tinha um gosto acentuado de milho e esfarelava na boca. Além disso, estava gelada, parecendo que havia acabado de sair de uma geladeira. Pode ser por uma possível produção com ingredientes acessíveis no Rio de Janeiro, ou por uma receita modificada.
Contudo, lembrava sim a sopa paraguaia sul-mato-grossense, a ponto de passar desapercebida para quem eventualmente estiver muito tempo longe do Estado.
Agora, a chipa… Na realidade, de chipa não tinha nada. Nem de longe lembrava o sabor do nosso biscoitinho de queijo. Mas valeu a tentativa, inclusive na representação um tanto desastrosa em relação ao formato.
Sopa paraguaia e chipa? Confira as reações e impressões de um sul-mato-grossense na festa:
Por fim, vale destacar a intenção da TV Globo ao tentar, de alguma forma, inserir elementos culturais importantes para Mato Grosso do Sul, terra onde a novela conta sua história.
É claro que a sopa e a chipa do evento só estariam brilhantemente bem executadas se realizadas por alguém de MS, o que, aparentemente, não aconteceu. Será que a não perfeita execução desses pratos prejudicou o consumo dos cariocas no evento? Ou não, pelo fato da maioria sequer ter a referência original?
Podem esperar!
Também é importante destacar que a reportagem não avistou ninguém, além de uma outra sul-mato-grossense, comendo a tal sopa. Em contrapartida, os canapés e aperitivos altamente sofisticados, com banana, gorgonzola, damasco e sei lá mais o que, se esgotavam em instantes. Foram bandejas e bandejas durante as quatro horas de evento, enquanto as sopas mal esvaziaram uma única assadeira nas duas mesas. Será que ninguém quis mesmo comer?
Depois dessa, o sul-mato-grossense pode esperar que o folhetim assinado por Walcyr Carrasco traga mesmo destaque a elementos da nossa cultura, algo que o remake de “Pantanal”, em 2022, não teve espaço para fazer.
Ps: a reportagem só não provou o caldo de piranha e arroz carreteiro por não fazer ingestão dos alimentos que compõem esses pratos. Focamos na sopa e na chipa!
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