A única regra para as meninas participarem do evento era levar a própria boneca. Ao chegar, na futura sede do Recriar, no Noroeste, periferia de Campo Grande, encontraram um local todo decorado, com mesas, flores, bexigas, bolo e docinhos. Uma oportunidade para brincarem, mas também para falar de assuntos sérios, como bullying e pedofilia.

“Nós começamos a abordar o tema e muitas meninas deram depoimentos, falaram do que já sofreram por conta da cor da pele, peso e até mesmo roupas bacanas que não tinham para vestir. Uma especialista em linguagem infantil falou com elas e iniciou o momento como se estivesse conversando com a boneca. Foi muito especial e agora já estamos planejando o na região de periferia”, argumentou Maria Izabel, pastora e voluntária do projeto.

Na ocasião, a voluntária diz que as meninas tiveram uma tarde muito agradável e aprenderam também sobre o ECA (Estatuto da Criança e o Adolescente), além da importância de conversar com educadores, nas igrejas e escolas. “Falamos que ninguém pode tocar nas partes íntimas, reforçamos o que é importante elas saberem, não terem medo e até um telefone para possíveis denúncias. Depois, elas continuaram brincando e servimos um lanche. Foi maravilhoso, algo inédito para elas”, argumentou.

Neste mês de outubro, o projeto está buscando arrecadações nos próximos seis dias, para que possam organizar o Dia das Crianças para moradores do . “Queremos levar crianças, que nunca foram para o Parque das Nações Indígenas. Lá vamos fazer um piquenique e cada uma vai ganhar um lanche. Estamos levantando recurso e pedindo R$ 30 para cada pessoa, assim conseguimos um ônibus para levá-las e mais o lanche”, argumentou.

Foto: Redes Sociais/Reprodução
Foto: Redes Sociais/Reprodução