Viu essa? Mobilização por doação de prato a autista acende alerta de golpe em Campo Grande

Saiba o que é real e o que é fake nessa história

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O que é verdade e mentira na doação do prato à criança autista?
O que é verdade e mentira na doação do prato à criança autista?

Cuidado com o WhastsApp nesta semana, isso porque uma fake news está se espalhando nas redes sociais nos últimos dias. O que começou como uma boa ação terminou com uma chance para golpistas espalharem mentiras. A mensagem já rodou o Brasil inteiro e acendeu alerta em Campo Grande sobre o impacto da disseminação de desinformações.

Tudo começou quando um anúncio curioso foi divulgado no Twitter na última quinta-feira (9). A mensagem se tratava de um pedido de pratos antigos para uma criança autista, acostumada a comer só em um desses. Segundo o anúncio, o prato havia quebrado e o menor não queria mais comer em Araçatuba, interior de São Paulo.

Foto: Reprodução/Twitter

 

As pessoas se mobilizaram rapidamente na Internet pedindo endereços de envio por DM dando dicas de como achar os pratos, até que o objetivo foi atingido. No entanto, surgiram suspeitas:

Foto: Reprodução/Twitter

 

Mas afinal, o que é verdade e mentira nessa história toda? É o que você vai descobrir agora.

A doação do prato é real

Os pratos — que são da linha Termo-Rey modelo “gravatinha” — existem e custam bem caro no mercado. Basta uma pequena procura na internet para ver conjuntos orçados em torno de R$ 699 e R$ 850 reais.

Entre as respostas do tuíte original, alguém falou que a família necessitada dos pratos era ligada à Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), organização fundada em 1954 dedicada a dar apoio às famílias com filhos especiais, de Pilar do Sul, cidade do interior paulista.

No entanto, segundo o site “Núcleo”, a instituição negou que atendesse alguma família nessas circunstâncias, mas que as mensagens também chegaram à região.

Foi então que a Apae Araçatuba confirmou a história. A organização afirmou que a perda do prato aconteceu na semana passada, que uma mãe e ativista pelos direitos dos autistas havia divulgado o pedido em suas redes e que o menino e a família receberam pratos suficientes na quinta-feira (9). No entanto, a repercussão foi muito maior do que o esperado.

A solidariedade, então, virou motivo de mentira para muitos oportunistas. Ou seja, a história é real, mas amplamente fundamentada em outros ideais por golpistas devido à repercussão. A própria Sol, mãe que divulgou a história inicialmente, postou um alerta no Facebook no último sábado (11) explicando toda a história:

 

Vale ressaltar que as pessoas que criaram as fake news usaram os nomes das Apaes ao redor do Brasil para fazer o golpe. A onda de mentiras na Internet acendeu um alerta em Campo Grande.

Cuidado com campanhas falsas

De acordo com a Apae de Campo Grande, a instituição não publica demandas dessa forma nas redes sociais. “Esse tipo de campanha normalmente não é feita pela Apae”, informou a assessoria de imprensa.

Assim, é importante ficar atento(a) às iniciativas oficiais da instituição, que são divulgadas no site e redes sociais da Apae.

Não é a primeira vez

Não é a primeira vez que fake news ganham tanta fama no Brasil e chegam a Mato Grosso do Sul. Em junho, uma mentira circulava nas redes sociais e dizia que as pessoas deveriam ficar sem roupa no jardim de casa com o RG na mão durante a madrugada mais fria do ano para um suposto mapeamento de Covid.

E pasme! O que obviamente é uma piada fez muita gente acreditar. O inbox do Jornal Midiamax, por exemplo, recebeu várias notificações de pessoas em dúvida se isso realmente seria verdade. O serviço seria prestado por ninguém menos do que a NASA, agência universal norte-americana que, ao invés de cuidar das missões e estudos espaciais, estaria mais preocupada em ver gente pelada fora de casa.

Esses e tantos outros exemplos mostram como as fake news assolam a população. Mas vale lembrar que o mesmo peso que carrega quem cria fake news, são aquelas que compartilham sem conferir informações. Fake news é uma via dupla de quem produz e de quem replica.

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