Chiques, peles de animais se popularizam nas ruas e atraem clientela diversa

Tapetes mais comuns vêm de peles de bovinos e de carneiro, mas couros exóticos também costumam aparecer

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Algumas peças que a vendedora expõe na Avenida Afonso Pena
Algumas peças que a vendedora expõe na Avenida Afonso Pena

Comum em lojas “granfinas” e caras, tapetes de couro tomaram conta de canteiros centrais em Campo Grande nos últimos anos. Peças de luxo oferecidas por um preço mais alto, já que o material é artesanal, os tapetes feitos de couro animal podem até ser considerados bregas ou cafonas por alguns, mas madames da cidade morena continuam buscando os produtos e sendo suas principais compradoras.

No canteiro central da Avenida Afonso Pena, por exemplo, quem estende o varal com os artigos é a coureira Josiane Ferreira. Ela trabalha há anos vendendo o material nas ruas e é representante de várias fábricas que confeccionam as peças. Sem lugar certo para montar sua vitrine a céu aberto, a vendedora também viaja muito pelo interior de Mato Grosso do Sul, oferecendo os tapetes.

“A gente trabalha com couro, que vem de várias fábricas do sul do Brasil. As peles são de bovinos e de carneiro, às vezes vêm coisas mais exóticas, como cabrito. Quando eu coloco lá uma zebra ou onça, elas são serigrafadas (impressas) na mesma pele de bovinos”, explica Josiane ao MidiaMAIS.

Peles são de bovinos e de carneiro (Foto: Josiane Ferreira)

Em Campo Grande, algumas lojas oferecem os artigos no mesmo estilo, e, inclusive, são o ponto mais comum para se comprar as peças. Mas há um diferencial muito importante entre os comércios e a venda nas ruas: o valor.

“Elas têm um preço bem exorbitante comparado com o que eu ofereço. Mas também tem pessoas que não param ali [nos canteiros]. Por exemplo, uma rica que não quer e não vai se expor, não vai descer ali, ela manda um empregado, uma empregada… não vai sair pra comprar de mim. Ela vai nas lojas especializadas comprar a pele de 2500 reais, enquanto a minha pele mais cara é 990 reais”, conta a vendedora.

“É uma diferença muito grande. Às vezes, as minhas peles têm raças que as lojas não têm, mas o meu preço chega a ser três vezes mais barato, porque é da fábrica que eu trago”, diz Josiane.

Peças vêm do sul do Brasil (Foto: Josiane Ferreira)

 

Popularização?

Por estarem expostos em canteiros centrais da cidade, o chamariz é geral. Nesse caso, a popularização é inevitável, já que o acesso não está restrito a determinadas lojas especializadas que segmentam e “afastam” certos consumidores. De acordo com Josiane, o público varia porque a cidade está muito grande.

“Tem gente que não sabe que o couro é o auge hoje em dia. Tem gente que é assalariado, vai lá e compra a pele em 10 vezes… é muito complexo falar disso”, afirma.

Não é todo mundo que compra, mas os consumidores variam sim. Apesar disso, para a vendedora, o mais complicado mesmo é a concorrência. “Está muito concorrido, tem vários clientes. Só no Estado, que eu sei, nós estamos em seis, sete coureiros. A diversidade de concorrência está muito maior porque muita gente ficou desempregada e o povo foi para o lado que dava”, pontua.

Artigos vendidos na rua são mais baratos (Foto: Josiane Ferreira)

Segundo a coureira, o conoravírus empurrou de vez os tapetes para os canteiros nas ruas. “Muita gente está na rua devido à pandemia. Quase dois anos, praticamente, sem ter evento. Então, todo mundo tá na rua mesmo. Quem trabalhava só em feira, fazia evento, tá tudo na rua”, finaliza.

 
 
 
 
 
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