Para alimentar família e sem surtar com pandemia, agrônomo cria festa junina delivery
Se você não pode ir às festas juninas para degustar as delícias da gastronomia caipira, elas chegam até a sua casa. Com esse pensamento o engenheiro agrônomo Marcelo Marthes Gopfert, que perdeu o emprego em dezembro, encontrou uma maneira de garantir o sustento de uma família de sete pessoas em plena pandemia do coronavirus em […]
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Se você não pode ir às festas juninas para degustar as delícias da gastronomia caipira, elas chegam até a sua casa. Com esse pensamento o engenheiro agrônomo Marcelo Marthes Gopfert, que perdeu o emprego em dezembro, encontrou uma maneira de garantir o sustento de uma família de sete pessoas em plena pandemia do coronavirus em Dourados.
Sem perder tempo, no mês de janeiro mesmo, com o início de um novo ano e movidos pelo sonho de uma vida ainda melhor, Marcelo, sua esposa Solange e seus cinco filhos, três adolescentes de 14, 16 e 17 anos e mais duas crianças de 6 e 9 anos, deixaram Alexania, em Goiás e chegaram em Dourados.
Na bagagem do casal, além da experiência acumulada pelo oficio de cada um, trouxeram esperança. Ele, que já tinha visitado a cidade a trabalho, veio novamente, dessa vez em busca de um novo trabalho. Ela, que também estuda direito, tinha tudo planejado para colocar em funcionamento um estúdio de pigmentação.
Por essas bandas do Brasil ainda nem se falava em coronavírus. Com os bons ventos da mudança, o engenheiro agrônomo começou a distribuir currículos, como quem lança sementes em solo fértil, à espera de boas colheitas. O que ele não imaginava é que a tempestade viria antes mesmo da lavoura vingar.
“Coloquei mais de 50 currículos na cidade não fui chamado para nenhuma entrevista. Tudo parado. Além disso minha mulher não pode nem começar a trabalhar a trabalhar por conta das medidas preventivas”, relata Marcelo, que colocou o cavalo na chuva e enfrentou o temporal. O que era sonho, começou a virar pesadelo.
“As coisas começaram a ficar cada vez mais difíceis. Já que minha esposa e eu gostamos muito de cozinhar e ela é apaixonada por coisas de roça, comidas típicas goiana, fez uma canjica e ofereceu pra vizinha, que amou”.
Segundo ele, lá em Goiás, todos os anos frequentavam festas juninas e as comidas eram maravilhosas. “Esse ano as crianças estavam reclamando que não ia ter festa junina, então resolvemos fazer uma em casa para elas. Depois disso, conversando, tivemos a ideia de vender aquilo que gostamos de cozinhar e comer”, relata Marcelo.
Com habilidades culinárias nas mãos e antes mesmo que entrassem em surto, enxergaram na crise provocada pela pandemia uma oportunidade de sobrevivência e criaram o Bistrô Caipira, um sistema delivery de entrega de iguarias típicas da gastronomia caipira caseira e também industrializada, como milho verde, canjica, bolinhos de aipim, curau, paçoca, quentão e até cuscuz.
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