Projeto faz parte de curso de documentários pelos 40 anos de MS

O que você sabe sobre a ferrovia? Grupo busca histórias pitorescas para documentário

Talvez por isso a Noroeste sejam tão fragmentada, era uma via que cortava a cidade acompanhando o leito do trem. Com a retirada dos trilhos, no fim da década de 1990, na gestão do então prefeito André Puccinelli, parte da história se perdeu em nome da modernização da cidade. Até hoje há quem defenda, mas não falta quem critique a decisão do prefeito.

Mas o fato é que foi no curso da Noroeste que viu o progresso chegar. A via é ponto de partida para entender porque Campo Grande é, atualmente, capital e comportava um dos principais instrumentos que trouxeram esse progresso: o trem. E no ano em que Mato Grosso do Sul completa seus 40 anos, não é a toa que tenha tanta gente interessada em saber mais sobre o papel da no desenvolvimento da parte sul do antigo Mato Grosso.

Charretes eram os táxis da estação (Acervo Arca)É o caso de um grupo de pessoas que, a partir de um curso de documentário promovido pelo MIS (Museu da Imagem e do Som), comprometeu-se a desenvolver um projeto no qual a história da ferrovia – da sua importância à descaracterização – seja contada, principalmente aquelas que não conhecemos. Afinal, quantas histórias que tiveram como cenário a estação central podem estar perdidas por aí?

“Queremos histórias que emocionaram passageiros comuns que viajaram no famoso Trem do Pantanal. Histórias engraçadas, cheias de amor, saudade, tristezas, histórias que marcaram de algum modo a vida de alguém”, conta a jornalista Fernanda Nascimento, que integra a equipe de produção do curta. Segundo ela, as histórias selecionadas farão parte do documentário porque não dá pra contar a história do Estado sem falar da ferrovia.

A história pelos trilhos

Ferrovia foi restaurada em alguns pontos e recebeu até parque linear (Foto - PMCG/Divulgação)

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O historiador Eronildo Barbosa da Silva concorda. Para ele, o desenvolvimento de Campo Grande e, consequentemente, do que viria a ser Mato Grosso do Sul, passa a ser explorado com mais intensidade a partir de 1908, quando se inicia o processo de construção da Estrada de Ferro.

“Ela é, sem dúvida nenhuma, instrumento que alavancou e que criou as condições objetivas e subjetivas para que a cidade se tornasse um centro econômico”, explica o historiador, que revela que o erro crasso seria, no entanto, achar que somente a ferrovia seria motor desse progresso.

“Na verdade, quero dizer que ela não veio ‘de graça'. A região em torno de Campo Grande tinha as condições materiais para que as pessoas pudessem viver e produzir. Além disso, associa-se a esse desenvolvimento a chegada dos Correios e Telégrafos, a construção de obras de arte, o quartel do Exército que vem em 1921, e também um deslocamento da economia, a partir da Primeira Guerra Mundial”, explica.

Nem todas as estações estão conservadas como a central (Foto - Divulgação/MPF-MS)

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O grupo de Fernanda, no entanto, busca o aspecto humano dessa história. “A gente acha que podemos contar essa história a partir dos relatos, da vivência das pessoas que testemunharam tudo isso acontecer. Então, quem tem alguma história legal sobre as viagens do trem, algo divertido, pitoresco ou até mesmo assustador pode entrar em contato com a gente”, conclui.

Se você tem histórias dessas para contar, entre em contato com Fernanda pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (67) 98412-6365. Além do documentário sobre a ferrovia, outros cinco também estão em produção, sob a coordenação dos cineastas Marinete Pinheiro, coordenadora do MIS, e Carlos Diehl, editor da TVE.

 

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