Casa Cor MS abre mansão Dibo e edição terá influências da arquitetura regional

Serão 30 ambientes feitos por arquitetos e profissionais de Mato Grosso do Sul

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Serão 30 ambientes feitos por arquitetos e profissionais de Mato Grosso do Sul

A mansão se ergue imponente no coração da avenida Afonso Pena desde os anos de 1980, mas só agora será mostrada ao público. Na manhã de hoje (23), a Casa Cor Mato Grosso do Sul abriu as portas da mansão Dibo localizada no número 4025, que receberá os ambientes para a mostra prevista para acontecer de 29 de julho a 11 de setembro.

Serão 30 ambientes mostrados aos espectadores e apreciadores do design de interiores, arquitetura e paisagismo, todos criados por arquitetos locais. “Nessas três mostras realizadas em Mato Grosso do Sul (2009, 2011 e 2014) tivemos um público de 60 mil pessoas no total, e para esse ano queremos superar as 25 mil pessoas de 2014”, relembra uma das franqueadas e diretoras da Casa Cor, Dilma Bernardes. 

A Casa Cor acontece no Estado bienalmente, e capta imóveis diferentes a cada edição. Em 2014, a mostra reformou um andar inteiro do Hospital do Câncer de Campo Grande José Abrão, mas a proposta para este ano é outra. “Essa casa é um ícone da cidade, além de termos a facilidade da localização”, elenca Dilma. “Quem é mais antigo aqui pôde ver a casa sendo erguida, e quem é jovem deve se perguntar sobre essa moradia. E depois da Casa Cor, o imóvel se valoriza ainda mais”, acrescenta, se referindo à visibilidade que a mostra concentra. 

Em um quadrilátero exponencialmente caro como o da Afonso Pena, chega a ser surreal a existência de um prédio de tamanho porte fechado e sem uso. A Mansão Dibo, projetada pelo arquiteto Rubens Gil de Camillo, é erguida em um terreno de 2 mil metros quadrados, com 1,8 metros de área construída. As traves de concreto armado são um diferencial arquitetônico, e os cômodos são extremamente amplos, quase todos revestidos de madeira, mas com um design típico da época de sua construção, embora ainda moderno. Toda a parte externa é revestida com um mármore, trazendo o traço vanguardista de Rubens Gil, que ficou com o passar do tempo. O tamanho de cada ambiente também impressiona, com circulações largas e muito vidro iluminando de forma natural. 

Diretora da mostra fala sobre edição 2016 / Foto: Daiane Libero

 

A propriedade estava para alugar quando a Casa Cor se interessou em realizar ali sua próxima mostra. Quem conta essa história é Izulina Dibo, atual proprietária do imóvel. “As pessoas passavam aqui na frente e tiravam fotos, tinham escolas que queriam visitar para conhecer por dentro. Fiquei muito feliz com a proposta”, relata Izulina. Sua filha Soraya, concorda. “No começo não queríamos pois tínhamos medo de mudarem muita coisa. Mas agora sabemos que isso não vai acontecer, a história ficará preservada”, enfatiza.  

Para a família Dibo, a emoção do projeto está em integrar a mansão à história patrimonial da cidade não só pela imponência, mas também pela história do arquiteto Rubens Gil de Camillo, cuja trajetória é de extrema importância para Mato Grosso do Sul.  “Agora, temos a oportunidade de abrir a minha casa para as pessoas finalmente conhecerem”, comemora Izulina. 

Desafio da arquitetura 

A designer de interiores Laura Viana Dobes, 21, participou da edição 2014 da Casa Cor com um ambiente, e agora tem interesse em repetir a ação. Ela acredita que a franquia agrega valor aos profissionais que saem dali com o nome “Casa Cor” no portfólio. “Acredito que esse imóvel seja um desafio, pois a dificuldade justamente é que a casa traz uma história vinculada, e é sempre legal preservá-la, mas sempre trazer o novo”, enumera a designer.

Arquitetos olham a planta de ambientes da mansão / Foto: Daiane Libero

 

Para a diretora Dilma, a casa se diferencia do projeto de 2014 pois já tem suas estruturas prontas e consolidadas. Em 2014, os profissionais trabalharam muito mais a parte estrutural e de construção de bases para o espaço que recebeu a mostra, um andar inteiro no Hospital, ainda em obras. “Essa casa é um presente para os profissionais justamente por exigir um esforço muito menor de obra. Teremos menos gastos com material, por exemplo”, finaliza. 

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