Padre desiste de pintura e igreja de pedra deve virar patrimônio histórico
Pintura causou grande polêmica por ‘descaracterizar’ igreja
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Pintura causou grande polêmica por ‘descaracterizar’ igreja
Após polêmica que tomou conta do município de Miranda, a 202 quilômetros da Capital, o padre parou a pintura e a obra do prédio da igreja matriz Nossa Senhora do Carmo, que deve ser tombada em breve.
O prédio faz parte de um conjunto de obras arquitetônicas com mais de duzentos anos de construção e causou polêmica no município após começar a ser pintado. Grupo do Facebook intitulado Amigos de Miranda se mostrou totalmente contra a descaracterização da igreja.
A revolta foi tanta que o empresário Aparecido Rojas Duarte protocolou denúncia no Ministério Público de Miranda. “É um absurdo, em vários Estados a arquitetura é preservada, como em Minas Gerais, Bahia, e aqui bem perto também, em Corumbá”, disse.
O MPE-MS de Miranda confirmou que recebeu a denúncia, mas disse que a promotora responsável pelo caso só poderia falar pela manhã.
Providências
Já a ex-secretária de turismo do município, Maura Xavier Freire, veio até a Capital protocolar pedido para que a Fundação de Cultura tome alguma providência, o que foi garantido pelo secretário estadual de Cultura, Athaíde Nery.
“O processo de tombamento já está registrado no Iphan. Vamos acelerar esse processo e acompanhar o tombamento in loco e garantir que ele seja feito de forma regular, mantendo o estilo e tradição do prédio”, declarou.
A igreja foi construída em pedra sabão, material que não recebe pintura, apenas lavagem com material específico para não descaracterizar a construção original.
“Somos contra reforma, a igreja precisa de preservação e restauração. Ela tem um grande valor histórico e cultural para Miranda e Mato Grosso do Sul. Os membros da igreja não têm o direito de descaracterizar o prédio só porque são voluntários”, ressalta.
Maura frisa que a população está se mobilizando. Lei municipal que protege os patrimônios históricos e culturais do município foi aprovada e sancionada pela prefeita Juliana Pereira de Almeida (PT).
Sem respostas
O Jornal Midiamax falou com a Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Segundo funcionários, o padre não pode falar porque estava visitando enfermos. A Diocese de Jardim, responsável pela igreja, também não respondeu, alegando que só pode passar informações na quinta-feira.
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