Projeto acontece pelo menos uma vez por mês em Campo Grande
Uma sessão de cinema diferente. Por um lado, um estacionamento de carrinhos de bebês enfileiradinhos e do outro, um trocador com fraldas, lenços umedecidos, pomada antialérgica e até talco. Todo este aparato é para atender os bebês que são, antes de tudo, a estrela principal do dia.
Independentemente do filme que esteja passando, o espectador é mesmo o bebê. Assim é o roteiro do Projeto Cinematerna, que tem como objetivo, abrir uma sala de cinema para atender as mães e até pais que não conseguem ir ao cinema, sem deixar o filho em casa.
A pequena Larissa, de 1 mês e 6 dias mesmo ainda sendo muito ‘piquitica’ foi acompanhar a mamãe Michele Nóbrega em uma aventura no cinema. “Ela pode não entender o filme, mas só de a gente vir espairecer e sair um pouco da rotina com bebê pequeno em casa é bom”, diz.
Michele foi acompanhada de sua irmã, Dora Aline Gomes, que é mãe de primeira viagem de Bianca de 7 meses . “Meu marido sempre se recusou a vir ao cinema por causa da nenê porque não queríamos constranger ninguém, caso ela chorasse e essa superideia de juntar mães e filhos nos deixa mais à vontade”, argumenta.
De acordo com a coordenadora nacional do Cinematerna, Gláucia Calebrusco, o projeto tem essa intenção mesmo, de deixar os pais mais à vontade, uma vez que é permitido e, compreensível, ouvir choros de bebês durante o filme. “Acho que em sete anos de projeto, contei duas vezes sem choro absoluto numa sessão (risos), mas é normal ter criança chorando, comendo, mamando e até mães vendo o filme em pé só para acalmarem os filhos”, conta.
Ainda segundo Gláucia, quando um bebê começa a chorar os outros seguem em sequência, tipo escadinha de choro. “Na verdade o choro, manha e até inquietude das crianças são normais, mas creio eu, que a mãe quer mesmo é sair de casa, só o fato de ela estar saindo da rotina e ‘passeando’ é importante de estar aqui”, avalia.
Em Campo Grande, o Cinematerna acontece pelo menos, uma vez por mês; sempre na segunda terça-feira do mês. Em outros Estados, como São Paulo e Rio, as sessões do projeto rolam diariamente, exceto sextas, sábados e domingos.
Em todo o país, o esquema é o mesmo, as equipes do projeto sempre por perto, orientando as mamães e uma fotógrafa faz o registro da mãe e bebê na porta da sala da sessão. “A mãe pode pegar essa foto no nosso site, gratuitamente”, reitera a coordenadora.